Fonte: Globo Esporte
Ao longo de sua trajetória, a velejadora Larissa Juk conquistou praticamente tudo que disputou. Foi seis vezes campeã sul-americana, da Nations Cup, íbero-americana, do Mundial Universitário e vice-campeã do Mundial Militar. Nada disso, porém, foi suficiente para garantir que a curitibana conseguisse manter o sonho de disputar as Olimpíadas de 2016, no Rio de Janeiro, através de patrocínios públicos ou de empresas privadas. Larissa foi mais uma atleta brasileira a buscar recursos por outros meios. Sem ser contemplada por nenhum dos projetos do Ministério do Esporte e do Comitê Olímpico Brasileiro, a velejadora entrou na onda da "vaquinha online" em busca de condições de treino e para competir. No último dia 5, enfim, ela pôde sorrir.
A meta de conseguir R$ 24.295 mil através de apoiadores para a compra do barco necessário para seus treinos e competições foi alcançada com a ajuda de 204 pessoas, entre elas grandes nomes da vela como Lars Grael, Marcelo Ferreira e Fernanda Decnop. Para adquirir o equipamento, Larissa precisava de R$ 20 mil, além de mais R$ 4.295 para cobrir despesas do site onde hospedou seu projeto, a produção de recompensas para os apoiadores e um vídeo de divulgação da empreitada.
- É com tanta, tanta emoção, e muita, muita mesmo, alegria, que compartilho aqui com vocês a notícia de que alcançamos a meta inicial para comprar o barco. Muita alegria! Agradeço imensamente cada um de vocês que contribuiu, compartilhou, divulgou! Todos são parte linda da minha história! Estou muito feliz! - disse a atleta nas redes sociais.
Vaquinha de Larissa Juk ultrapassou o valor pedido pela atleta (Foto: Reprodução)
A mensagem foi postada no último dia 5. Nesta sexta-feira, porém, Larissa segue conseguindo apoiadores e o valor já está em R$ 25.942 mil. O período de arrecadação termina no próximo dia 11. E a dificuldade vivida pela atleta foi tamanha que antes mesmo de conseguir sua meta ela havia pensado na situação de outras pessoas e no que fazer caso conseguisse mais que o necessário. Parte do valor excedente será doado para um projeto social que forma novos velejadores.
- Ainda restam alguns dias para terminar o prazo e agora é hora de seguir buscando colaboração daqueles que ainda querem colaborar! Eu sigo recebendo o que passar dos 100% e poderei investir em muitas outras coisas necessárias como compra de vela nova, ida a campeonatos, preparação física, dentre outros investimentos necessários para uma campanha de sucesso! Além disso, 20% do excedente será doado a um projeto social de escola de vela (ENAMAR) - lembrou a atleta.
Outros atletas fizeram o mesmo
Larissa não é a primeira atleta a tentar recursos através das 'vaquinhas online'. Antes dela, outros atletas fizeram o mesmo. a musa do taekwondo Talisca Reis foi na mesma linha e conseguiu juntar pouco mais de R$ 4 mil para competir no Aberto do Canadá. Diogo Silva e Márcio Wenceslau precisavam de R$ 12,5 mil juntos para poder disputar o Aberto da Rússia de Taekwondo, só que Diogo se lesionou e devolveu sua cota da vaquinha.
O recurso já foi utilizado também por atletas de Judô, do vôlei de praia e do Ski. A moda até foi além dos esportes olímpicos. A brasileira Sabrina Paiuta arrecadou R$ 50 mil para disputar as provas de motovelocidade da Europa.