Fonte: Murillo Novaes
A federação Pan Americana de Vela anunciou os barcos para os Jogos Pan-Americanos de 2015, em Toronto, no Canadá. Por conta de uma pesquisa realizada com os 29 membros da entidade, pelo fato de a Isaf querer fazer deste um evento classificatório para as Olimpíadas do Rio 2016, pelas condições de vento na região, da quantidade de barcos locais disponíveis e pelo fato de 140 atletas disputarem nove medalhas e da organização querer um nível maior de disputa entre eles, o Snipe foi trocado pelo 49er masculino. Ou seja, a classe mais animada da vela mundial e que tem mais de 30 flotilhas pelo mundo, velejada por homens e mulheres, foi deixada de fora deste evento. O Brasil venceu os últimos Pan-Americanos com Bruno Bethlem, Alexandre Tinoco e Alexandre Paradeda.
Outras mudanças também foram feitas:
- A tripulação do Lightining agora é obrigatoriamente mista, assim como o Hobie Cat
- Sunfish e J/24 serão abertas a tripulações só masculinas, só femininas ou mistas
- A vela de proa do J/24 será buja e não mais genoa
A organização ainda cogitou colocar o kitesurf, porém as condições de vento no local não são favoráveis.
Confira abaixo a opinião dos snipistas:
“É realmente muito triste. Estamos falando de uma das classes mais ativas do mundo, que está forte na Europa e forte na América toda e Japão. É um barco super técnico, e que serve passagem para muitos campeões Olímpicos”, Fipa Linhares, Flotilha 555.
“Acho que a saída do Snipe do Pan pode ser muito ruim por que afinal a maior parte das Américas é composta por países com um baixo desenvolvimento e logo sem dinheiro para custear uma campanha incluindo, a simples compra de barcos olímpicos como o 49er. Por outro lado isso pode ser um incentivo ao desenvolvimento de mais uma classe olímpica. É uma boa ideia ir aos poucos mudando as classes, acompanhando a globalização… mas também é legal manter uma certa tradição das Américas! Acho que a mudança foi demasiada radical”, Juliana Mota, Flotilha 159.
“A saída da classe do Pan só vai gerar maior desinteresse na juventude na classe. A juventude é movida por objetivos e participar do Pan é um objetivo e tanto. Tirando isso deles, vira só mais um barco”, Lucas Sabino, Flotilha 450.
“A verdade é que eu acho que a única possibilidade de competir em um evento similar a uma Olimpíada é ir a um Pan-Americano. O Snipe dava esta possibilidade a quem não consegue fazer uma campanhaa olímpica. Os recursos econômicos na América do Sul para a vela sempre são poucos y não são muitos os que velejam em classes olímpicas. O Snipe sempre teve muito nível internacional, inclusive na América do Sul, e dava esta oportunidade. É uma motivação para quem veleja de Snipe poder ir a aos Jogos Panamericanos e isso se perde. Acho que muitos podem deixar de velejar de Snipe por causa disto”, Pablo Defasio, medalha de prata no Pan do Rio e bronze no México, flotilha 506, Uruguai.
“Acho em um primeiro momento algo ruim para a vela Panamericana, pois é um barco muito bem representado na América. O 49er é um barco muito caro para os países da América Central. Foi um tiro no pé”, Marcelo Bellotti, Flotilha 448.
” Acho que o Snipe não vai sair do Pan. Só pode ter sido um engano de quem escreveu o texto. Isto vai ser revisto”, Alex Juk, Flotilha 555.
“Esta possibilidade nunca havia sido discutida. A Snipe é a classe que melhor representa o nosso continente. Absurdo total”, Ricardo Lobato, Flotilha 159.
“Fui uma decisão de um conselho que não representa a vontade dos velejadores”, Bruno Prada, indignado também com a saída do Star das Olimpíadas.