"Após termos sido piratas durante oito anos, eu e outros camaradas decidimos abandonar e renunciar à pirataria", afirmou esta quarta-feira Mohamed Abdi Hassan durante uma cerimónia oficial em Adado (centro da Somália), que contou com a presença das autoridades locais, afirmando ainda que "já estabelecemos contatos com o novo governo da Somália de forma a podermos abandonar este trabalho sujo e esperamos que o governo o possa erradicar de vez".
"Afweyne" adiantou também que encorajou igualmente muitos dos meus colegas a fazerem o mesmo e a "entregarem o seu equipamento, tanto as embarcações como as armas".
O homem que se apresentou na insólita cerimônia, contudo, parecia mais um homem de negócios que um pirata. Mohamed Abdi Hassan apareceu vestido à ocidental, com camisa branca e casaco escuro, barba feita e óculos Ray-Ban, para informar o mundo da sua renúncia à vida de pirata.
Um pirata de sucesso
Duas das mais espetaculares "capturas" da pirataria moderna são atribuídas a "Afweyne". Em setembro de 2008 assaltou um cargueiro ucrâniano carregado de armas, nomeadamente com vários carros de assalto, baterias anti-aéreas, lança-roquetes e munições variadas. Dois meses mais tarde, assalta o superpetroleiro saudita, Sirius Star, que transportava dois milhões de barris de crude, uma carga avaliada em cerca de 100 milhões de dólares.
As duas embarcações foram libertadas mais tarde, respetivamente em fevereiro e janeiro de 2009, após o pagamento de vários milhões de dólares de resgate por cada uma.