O mar guarda uma gama inesgotável de riquezas e belezas, mas por culpa dos abusos do último século na falta de cuidado com o plástico, guarda muito lixo. Em especial em uma região do Pacífico que os oceanógrafos norte-americanos chamam de “sopa de plástico”. São cem milhões de toneladas de resíduos que flutuam o Japão e o Havai.
Além de sujar os mares, esse plástico provoca uma mortantade catastrófica de animais marinhos e de aves que o ingerem. Além do ambiente, o plástico também acaba nos contaminando, já que ingerimos as toxinas liberadas por ele nos alimentos (via animais intoxicados) e também pela água.
Quem descobriu a “sopa de plástico” foi o pesquisador norte-americano Charles Moore. Esses resíduos não são biodegradáveis e se mantêm concentrados devido às correntes oceânicas, a cerca de 500 milhas náuticas da costa da Califórnia.
Em 1994, Moore fundou o Algalita Marine Research Foundation. Inicialmente o projeto guardava a costa norte Americana, mas em 1997, ao participar de uma regatta entre Los Angeles e o Havaii com o seu catamarã de 50 pés chamado Alguita, ele descobriu a “sopa de plástico”. Nela é possível encontrar uma infinidade de artigos que um dia foram usadas e finalmente descartadas pelos humanos: escovas de dentes, garrafas plásticas, caixas até partículas minúsculas de plástico decomposto. Um quinto dos resíduos provêm de descargas de navios e de plataformas petrolíferas e o resto vem dos continentes.
“Inicialmente as pessoas pensavam que era uma ilha de lixos plásticos, sobre a qual quase se podia andar. Mas não é bem isso. É mais como uma sopa de plástico”, disse Marcus Eriksen, investigador da Fundação Algalita para Investigação Marinha.
Desde essa data, Moore tem feito dezenas de expedições a bordo do ORV Alguita que têm resultado em pesquisas publicadas e originado programas educativos. A mais recente expedição do Alguita, por exemplo, estudou toda a extensão da Linha Internacional da Data (LID). Não deu outra, mais lama plástica jaz na região.
Durante o aniversário de 15 anos da fundação, a Algalita vai participar de viagens pelas correntes marítimas do Atlântico Norte e do Oceano Índico. Depois a fundação pretende viajar até as correntes do Atlântico Sul e ainda em 2011 pelo Pacífico Sul, expandindo a área de pesquisa pelas cinco maiores correntes marítimas do mundo no projeto 5 Gyres.