Brasil conquista sete vagas olímpicas e fecha Mundial de Vela com melhor participação na história
Destaque para o ouro de Scheidt e Prada na Star e classificação no 470 Feminino, Laser e RS:X, ambos no masculino e feminino, e Finn
Por ZDL
Perth (Austrália) - Um dia para o mundo da Vela não esquecer. No domingo de sol, temperatura amena, por volta de 28 graus, com o ‘Doctor’, o vento do Índico típico do verão em Fremantle, soprando do sudoeste a generosos 18 nós, terminou o Mundial de Vela de 2011 da ISAF (ISAF Sailing World Championships), o evento que desde 2003, a cada quatro anos, serve como qualificação de 75% das vagas das nações para os Jogos Olímpicos. O Brasil garantiu sete vagas para a Inglaterra, na melhor participação em mundiais da ISAF.
No domingo que coroou um campeonato que fez jus à fama do lugar de ser um dos melhores lugares do planeta para velejar, foram corridas as quatro últimas regatas do evento. E foram quatro ótimas Medal Races, as provas finais que reúnem apenas os 10 melhores colocados na série regular de 10 regatas (15 para a classe 49er), nas classes 49er, RS:X Masculino, Laser (masculino) e 470 Feminino. O Brasil estava presente em somente uma delas, a da classe 470 Feminino, com a dupla niteroiense Martine Grael e Isabel Swan. E com um sexto lugar as meninas do Brasil se mantiveram na oitava posição geral e terminaram bem o campeonato.
"Estar entre as top10 do mundo é muito bom. Hoje, no 470, os 12 primeiros times estão muito parecidos e a briga para a olímpiada do ano que vem vai ser boa. Nós viemos aqui para classificar o Brasil, antes de tudo, e tentar sair na frente na seletiva nacional. Ficar em oitavo foi uma boa surpresa. Ainda mais se pensarmos que só nós e o Star chegamos às regatas finais. ", explica Isabel Swan, a pioneira medalhista de bronze (Pequim 2008) na classe, ao lado de Fernanda Oliveira.
"Nós acabamos largando escapado e isso, claro, atrapalhou. Foi uma regata de recuperação. Mas estou feliz com o resultado, principalmente porque sei que temos ainda alguns pontos em que precisamos melhorar. Isso é bom, porque muitas de nossas competidoras já estão no auge e nós já estamos andando perto delas. Isso nos dá mais ânimo para treinar", pondera Martine Grael, filha do multicampeão Torben Grael.
Volta para casa - Depois da conquista do bicampeonato mundial da classe Star na Medal Race o dia de Robert Scheidt e Bruno Prada foi de trabalho na embalagem e despacho dos equipamentos que voltam para a base Europeia da Confederação Brasileira de Vela e Motor (CBVM), na França, e para o Brasil.
Assim, como a dupla campeã em Perth o resto da EBV - Equipe Brasileira de Vela, time apoiado pela CBVM/COB - Comitê Olímpico Brasileiro e patrocinada pelo Bradesco e CPFL, com apoio da Travel Ace e da Vuarnet, também usou o domingo para preparar a volta para casa. O balanço final de vagas conquistadas mostra um avanço em relação ao último ciclo olímpico, quando Brasil confirmou apenas cinco classes em Cascais 2007 para os jogos de Pequim 2008. No entanto, do ponto de vista do desempenho geral, o país caiu da terceira posição em Portugal, com dois ouros, no Star e RS:X Masculino, para a sétima posição em Perth 2011, com apenas um ouro na Star.
Dever cumprido- "O balanço geral é positivo. Viemos aqui para classificar o Brasil no maior número de classes para os Jogos do ano que vem e conseguimos colocar sete, das dez classes olímpicas em Londres. Os outros 25% das vagas vão ser disputados nos mundiais individuais de cada classe em 2012 e ainda temos chances razoáveis nas outras três que ficaram de fora aqui. Claro que como diretor técnico meu papel é querer sempre mais e algumas frustrações aqui e ali sempre acontecem. Mas saímos de Perth com a sensação do dever cumprido e com a alegria do bicampeonato do Robert e do Bruno", resume Cláudio Bieckark, o diretor técnico do escrete canarinho.
"O campeonato aqui em Perth foi fantástico e temos certeza que a estrutura que disponibilizamos para os atletas foi equivalente a de países que, muitas vezes, investem o triplo de nós na vela. A delegação esteve sempre unida e conseguimos um aproveitamento de 70% nas vagas em disputa, nossa melhor participação em Mundiais da Isaf. Individualmente algumas classes que poderiam ter ido para a Medal Race, bateram na trave. Mas isso é parte do esporte e é imponderável. Para o ano que vem, pretendemos continuar nossa parceria com o Bradesco e a CPFL e aí teremos condição de classificar mais algumas classes nos mundiais de 2012, além de fazer uma boa preparação para Londres", declara Ricardo Baggio, superintendente da CBVM.
Colocação dos representantes brasileiros em Perth, por classe:
Classe Star
Robert Scheidt / Bruno Prada - Campeões
Classe 470 F
Martine Grael / Isabel Swan - 8º
Fernanda Oliveira / Ana Luiza Barbachan - 26º
Classe RS:X M
Ricardo Winicki - 11º
Vicente Carvalho - 74º
Classe RS:X F
Patrícia Freitas - 29º
Carmem Rosas - 58º
Bruna Martinelli - 60º
Classe Laser Standard
Bruno Fontes - 15º
Eduardo Couto - 86º
Alex Veeren - 131º
Classe Laser Radial
Adriana Kostiw - 41º
Odile Ginaid - 82º
Patrícia Gatti - 101º
Classe Finn
Jorge Zarif - 32º
Match Race Feminino
Renata Decnop / Gabriela Nicolino / Larissa Juk - 17º
Juliana Senfft / Fernanda Decnop / Luciana Barros - 20º
Classe 49er
André Fonseca / Marco Grael - 51º
Classe 470 M
Carlos Henrique Wanderley / Marco Brancher - 54º
Fábio Pillar / Gustavo Thiesen - 63º
Henrique Haddad / Nicolas Castro - 66º
Quadro de medalhas:
1- Austrália - 3 ouros
2- Holanda - 2 ouros - 1 prata
3- Grã-Bretanha - 1 ouro - 4 pratas - 1 bronze
4- Estados Unidos - 1 ouro - 2 bronzes
5- Israel - 1 ouro - 1 bronze
Espanha - 1 ouro - 1 bronze
7 - Brasil - 1 ouro
8- Polônia - 2 pratas
9- Nova Zelância - 1 prata - 2 bronzes
10- Bélgica - 1 prata
Alemanha - 1 prata
12- Dinamarca - 1 bronze
França - 1 bronze
Croácia - 1 bronze
A Confederação Brasileira de Vela e Motor tem o patrocínio do Bradesco e da CPFL Energia, por meio da Lei de Incentivo ao Esporte do Governo Federal, e apoio da Travel Ace e Vuarnet.