Classe Nacra 17 tem nova dupla na disputa do ciclo olímpico para os Jogos de Tóquio

A classe Nacra 17 brasileira tem nova dupla com pretensão de estar nos Jogos de Tóquio em 2020. O gaúcho Samuel Albrecht e pernambucana Bruna Martinelli depois de dois meses velejando juntos em Porto Alegre dão início a campanha olímpica. Após a Copa Brasil de Vela realizada em março em Porto Alegre, Samuca e Isabel Swan, nossos representantes na Nacra 17 nos Jogos do Rio 2016, desfizeram a parceria. No lugar da velejadora carioca entrou Bruna, 30 anos, que competia na prancha a vela olímpica e foi campeã sul-americana 2016. Ela veio de muda para o Sul e desde o começo de abril treina no Veleiros do Sul.  

Depois de período de adaptação os dois velejadores oficializaram a dupla e a campanha para Tóquio 2020, por enquanto os treinos estão concentrados no Guaíba. Bruna, que competiu na Copa Brasil ainda na classe RS:X e ficou em segundo atrás de Patrícia Freitas, diz que não sentiu dificuldade em velejar na nova classe.

- Comecei na Optimist, passei por outros monotipos, como a Hobie 16, e oceano. Nos últimos tempos me fixei na prancha vela olímpica na qual consegui vários títulos, mas não estou na Equipe Brasileira de Vela 2017. Então resolvi experimentar a Nacra 17. Há muita relação no velejar entre todos os barcos, por isso não estranhei e também minha condição física favorece assumir a proa no Nacra.

Samuca conta que viu na Bruna um biótipo certo para velejar no barco. “Eu fiz o convite e ela topou esse desafio”.

- Nós estamos no início da campanha e começamos a definir nossos objetivos. Nesse ano queremos correr a Copa Brasil em dezembro em Ilhabela e o Sul-americano da classe que ainda não está com data marcada. Nós vamos treinar muito em Porto Alegre. Em 2018 queremos velejar no novo Nacra 17 foiling, barco que fará parte do programa da vela nos Jogos de Tóquio.

A compra de barco está nos planos de Samuca para o próximo ano e também participar de competições internacionais. Ao desfazer a dupla com Isabel Swan, Samuca perdeu a vaga da Equipe Brasileira de 2017 da CBVela, obtida ao vencer a Copa Brasil nesse ano.

- São investimentos que precisarei fazer, conto com o apoio do Crioula Sailing Team, do Veleiros do Sul e Ministério do Esporte, enquanto Bruna conta com o do Time Pernambucano do governo estadual, mas necessitaremos buscar outros apoiadores.

Deixar o calor de Recife para treinar nas águas geladas do Guaíba nessa época do ano não foi problema para Bruna. Ela comenta que já velejou em outros países e está adaptada.

- O pessoal aqui do Veleiros me recebeu muito bem e então sinto-me à vontade, moro no Clube e faço o treinamento físico na academia, já estou me acostumando aqui no Sul.

Chegar até Tóquio será uma busca permanente para atingir metas a cada ano, mas na cultura brasileira gaúchos e pernambucanos sempre foram conhecidos pela proximidade no espírito combativo.