Dupla do VDS está classificada para a Olimpíada do Rio 2016 na classe Nacra 17

Samuel Albrecht e Isabel Swan conquistaram vaga inédita para o VDS na Equipe Brasileira de Vela Olímpica na classe Nacra 17


Assessoria VDS e Felipe Mendes CBVela

A Equipe Brasileira de Vela que vai representar o país nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, em 2016, ganhou os dois últimos integrantes neste domingo (20). A dupla do Veleiros do Sul formada pelo gaúcho Samuel Albrecht e a carioca Isabel Swan garantiu a vaga mesmo sem ir para água neste domingo, na final da III Copa Brasil de Vela, realizada na Baía de Guanabara.

Samuca e Isabel ficaram em 12º na fase classificatória da Copa Brasil encerrada no sábado, enquanto a dupla rival formada por João Bulhões e Gabriela Nicolino garantiu presença na medal race. A classificação olímpica seria definida pela soma dos resultados no Sul-Americano e na competição organizada pela Confederação Brasileira de Vela (CBVela). Samuel e Isabel ficaram em sétimo na primeira e 12º na segunda. Fora da regata da medalha, tinham de torcer para que João e Gabriela chegassem de sétimo para cima, já que os adversários tinham ficado em 13º no Sul-Americano. Na regata da medalha, disputa que reúne os dez melhores barcos e vale o dobro de pontos, João e Gabriela chegaram em quarto, somando 112 pontos perdidos e encerrando a competição na oitava posição no geral. Na combinação de resultados das duas competições a vantagem foi da tripulação do Veleiros do Sul.

 

Essa será a segunda vez que Samuel Albrecht, 34 anos, e Isabel Swan, 31, representarão o Brasil numa Olimpíada. Em 2008 nos Jogos de Pequim, o velejador gaúcho foi proeiro na classe 470 com Fábio Pillar. Já a velejadora carioca correu na proa da gaúcha Fernanda Oliveira na 470 e conquistou a primeira medalha (bronze) da vela olímpica feminina brasileira.

Samuel e Isabel final

Logo após a confirmação da vaga para os Jogos do Rio, Samuca fez um balanço da sua trajetória até obter essa conquista, disse que eles estavam orgulhosos de mais uma vez representarem o Brasil na vela olímpica e agradeu a torcida do Veleiros do Sul.

“De modo geral foi uma campanha sofrida devido as dificuldades enfrentadas durante esses dois anos e meio. Começamos de maneira relaxada, tentando dividir o tempo entre meu trabalho e as competições. Depois a concorrência foi apertando e tivemos que intensificar o ritmo da campanha. Eu precisei tomar uma decisão difícil neste ano que foi a troca da minha proeira – Geórgia Silva foi substituída por Isabel Swan -, porém considerava necessária.

Eu e a Isabel tínhamos pela frente apenas seis meses antes das eliminatórias e por isso todos os dias pensávamos como poderíamos recuperar esse tempo perdido, e alcançarmos nossos adversários que vinham evoluindo bastante. Era muita pressão e as vezes senti medo por ter dúvida se conseguiríamos atingir nossos objetivos. No entanto a dupla se encaixou rápido e evoluímos tecnicamente rápido”, contou Samuca.

A carioca Isabel Swan também comentou sobre a sua segunda ida a uma Olimpíada.

“Em 2009 eu participei da eleição do Rio fazendo o discurso na apresentação para o Comitê Olímpico Internacional. Agora, poder representar o meu país, em casa, será a realização de um sonho. Fizemos um bom campeonato Sul-Americano e isso nos deu uma boa vantagem aqui na Copa Brasil. É a conquista de um projeto trabalhado há muitos anos e queremos representar bem o Brasil nos Jogos”, afirmou Isabel, visivelmente emocionada.

A primeira eliminatória foi o Sul-americano de Nacra 17 onde a dupla do Veleiros do Sul foi a melhor entre os brasileiros. Em segundo ficaram João Bulhões e Gabriela Nicolino. Essa vantagem pesou na hora da conquista da vaga Olímpica. Samuca e Isabel começaram na frente na Copa Brasil de Vela, mas tiveram um choque com outro barco na sexta regata da fase classificatória que prejudicou o rendimento deles.

“Nós abandonamos a regata e precisamos fazer um reparo no barco, mas não tínhamos total confiança se suportaria até o final da competição. Isso nos obrigou a sermos mais conservadores nas regatas, mas ao mesmo tempo sabíamos que não dava para diminuir muito o ritmo, porque a Nacra 17 é uma classe de nível forte, os barcos precisam velejar de maneira agressiva para se ter uma chance. E para completar, na última regata classificatória tivemos a quebra de uma antepara do barco e assim terminamos a Copa em posição desfavorável ao João e a Gabriela, mas na combinação de resultados ficamos na frente”, disse o timoneiro gaúcho.  

Samuca comentou que a disputa na Nacra 17 mostrou a grande evolução de todas as tripulações e a briga pela vaga foi saudável e sem reparos.

“Acho que todos os integrantes da classe Nacra estão de parabéns pelos resultados expressivos conquistados e o processo classificatório para a vaga foi justo. Nós iremos definir a agenda daqui até a Olimpíada, pretendemos correr vários circuitos internacionais e tentarei conciliar a vela olímpica com a classe Oceano, no Crioula Sailing Team, na qual faço parte e que muito me ajudou para a minha campanha olímpica e compra do material da Nacra 17”.    

O Veleiros do Sul também disputava a vaga da classe 470 com a dupla Geison Mendes e Gustavo Thiesen que não alcançou a classificação. Eles ficaram dois pontos atrás dos cariocas Henrique Haddad e Bruno Bethlem, que garantiram a vaga na classe 470 masculina e irão disputar a Olimpíada pela primeira vez.

Henrique e Bruno disputavam a vaga olímpica com Geison Mendes e Gustavo Thiesen. A dupla que terminasse a Copa Brasil na frente ficaria com a classificação. Henrique e Bruno encerraram a disputa no sábado em 13º, com 91 pontos perdidos, enquanto Geison e Gustavo ficaram em 14º, com 93.

 Com a classificação de Samuel Albrecht e Isabel Swan, a Equipe Brasileira ficou completa para a Rio 2016:  Robert Scheidt, na classe Laser; Fernanda Decnop, na Laser Radial; Martine Grael e Kahena Kunze, na 49erFX; Marco Grael e Gabriel Borges, na 49er; Fernanda Oliveira e Ana Luiza Barbachan, na 470 feminina; Henrique Haddad e Bruno Bethlem, na 470 masculina; Jorge Zarif, na Finn; Patricia Freitas, na RS:X feminina e Ricardo Winicki, o Bimba, na RS:X masculina; Samuel Albrecht e Isabel Swan, na Nacra 17.