Catarinense Alex Veeren vence e Philipp Grochtmann é vice no Centro Sul-americano de Laser Radial
O predomínio brasileiro marcou o 18º Campeonato Centro Sul-americano de Laser Radial encerrado nesta sexta-feira no Veleiros do Sul, em Porto Alegre, com recorde de participação de 85 velejadores. O catarinense Alex Veeren ganhou o título e confirmou o seu bom nível na classe. Na vice-colocação ficou o gaúcho Philipp Grochtmann. A capixaba Odile Ginaid levou o troféu na categoria feminina com a carioca Fernanda Decnop que integra a equipe olímpica brasileira, em segundo lugar.
Alex Veeren é integrante da equipe da Vela Jovem da Confederação Brasileira de Vela e tem participado de campeonatos mundiais olímpicos da Federação Internacional de Vela (ISAF). Em Porto Alegre mostrou sua técnica.
“Foi um campeonato bom, conseguimos fazer todas as regatas com vento. Estava disputado e comemorei minha primeira vitória no Sul-americano. A correnteza foi a minha maior dificuldade, eu não estava acostumado a velejar em água doce, a galera estava bem preparada para enfrentar as condições daqui”, comentou Alex. O campeão também ressaltou os seus adversários na raia.
“Pipo (Philipp) velejou bem, foi um bom campeonato para ele também. Nas primeiras regatas não velejamos juntos, mas depois na flotilha ouro passamos a competir diretamente e aí é melhor de controlar o adversário, você sabe onde ele está, sabe onde ele tem que ir. Agradeço o apoio do meu técnico aqui no campeonato Cássio Lutz do Canto, meus treinadores de Florianópolis, Bruno Bernardes que ajudou também na preparação.”
Após ter conquista do título gaúcho de Laser Standard neste mês, Philipp Grochtmann terminou em segundo lugar no Sul-americano. “Foi um campeonato muito bom com regatas competitivas e o pessoal do clube (Veleiros do Sul) velejando bem, um clima bem legal na flotilha. Consegui ir bem, fiquei feliz com o resultado. Eu treinei bastante para esse campeonato, então acho que foi resultado de treino. Não sabia como iria em relação aos adversários, mas foi acima do esperado. Eu me preparei mais para o Centro Sul-americano de Standard (que começa na segunda-feira), mas aproveitei a oportunidade de participar do Radial e fui bem”. Phillip foi um dos contemplados com os barcos adquiridos pelo projeto Formação Olímpica I, resultado do edital 01 convênio de número 4 com a Confederação Brasileira de Clubes (CBC).
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Na disputa das mulheres, Odile Ginaid chegou em Porto Alegre com o firme objetivo de levar o título Sul-americano e alcançou a sua meta.
“Foi um campeonato pegado por que muitas meninas que vieram para aqui estão em campanha olímpica, então, todas bem treinadas. Foi uma competição com vento bom, pudemos fazer todas as regatas. Velejamos contra os meninos, que por serem mais pesados eles sempre puxam mais para cima o ritmo das regatas. Na raia velejei junto do começo ao fim com a Fernanda. Estivemos sempre com um ponto de diferença uma da outra. Foi legal concretizar com título um treinamento que estrou fazendo há um mês para chegar aqui e dar o meu melhor. E também um treino de ótimo nível para o Mundial - embarcamos no dia 8 de novembro”.
Fernanda Decnop, que já faz parte da equipe brasileira olímpica para Rio 2016, considerou o campeonato muito bom, “ embora tenha cometido uns erros graves que me custaram duas regatas”.
“Uma foi errar a boia, caí de primeiro para último, mas consegui chegar em 13º, foram pontos bem importantes e a outra pegou lixo na bolina e eu só consegui ver na chegada, foi mais um 13º, eu tinha condições de ter ido melhor nessas regatas, mas faz parte. A Odile também velejou muito bem. Vou para o Rio, treino mais umas duas semanas antes de ir para o Mundial pra Omã. Mas aqui também foi um bom treino para voltar à forma. Eu fiquei parada um mês em decorrência de uma infecção urinária, então aqui tive um bom retorno”, disse Fernanda.
O campeonato mostrou que há uma nova geração despontando e que tem condições de manter o Brasil na liderança na classe internacional. Entre os cinco primeiros colocados quatro eram brasileiros. Alex Veeren, do Iate Clube de Santa Catarina, Philipp Grochtmann e Antônio Cavalcanti Rosa, do Veleiros do Sul e Martin Manzoli Lowy, do Yacht Clube de Santo Amaro.
Na flotilha prata as meninas superaram os meninos. A carioca Gabriella Marques Kidd ganhou na classificação geral seguida pela velejadora de Bermudas Cecilia Wollmann.
O Veleiros do Sul não conseguiu o título, mas ficou sentiu um gosto de vitória ao colocar dois velejadores entre os cinco melhores do campeonato. Além de Philipp, Antônio Cavalcanti Rosa ficou em quarto lugar e avaliou a competição.
“Foi um campeonato muito bom, tivemos bastante número de barcos e com um nível bem alto. Os vinte primeiros colocados tinham chance de ganhar aqui, as gurias também vieram representando muito bem a Laser feminina porque o nível delas é bem alto. Foi um baita campeonato. A comissão conseguiu se virar muito bem e fazer todas as regatas, consegui velejar bem”, disse o jovem velejador.
“Fui quarto novamente no Sul-americano, mas aqui nessa edição o nível estava mais alto, estava mais difícil. Já participei de quatro edições do Sul-americano. Em Montevidéu em 2011, no Chile em 2013, no Peru em 2014 e nunca tinha visto tantos barcos assim. Os treinos com a nossa flotilha foram fundamentais para o nosso bom rendimento. O trabalho do nosso técnico Juan Ignácio Sienra foi ótimo, ele auxiliou bastante no campeonato com todo, fazendo a nossa flotilha participar muito bem. Se a gente continuar treinando em grupo assim, só temos a melhorar”.
No último dia do campeonato o tempo mostrou-se de acordo com a temporada de primavera com sol e bom vento, de direção sul e média de 25 km/h. O Centro Sul-americano de Laser Radial teve a participação de velejadores da Argentina, Bermudas, Brasil, Chile, Equador, Guatemala, Peru, Paraguai, Uruguai e Venezuela e contou com o apoio Jimo, Equinautic e ITrax Composites.
O Campeonato Centro Sul-americano de Laser continua na próxima segunda-feira (26) para as classes Standard, onde competem velejadores olímpicos e 4.7 destinada aos jovens iniciantes.