Samuel Albrecht comenta participação no Aquece Rio

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Um dos poucos clubes do país a ter representação na nova classe Olímpica Nacra 17, o Veleiros do Sul participou do Aquece Rio International Regatta com Samuel Albrecht e Geórgia Silva. Os gaúchos conquistaram o 13º lugar e foram a dupla brasileira melhor colocada.

Para o timoneiro da dupla integrante da Equipe Brasileira de Vela Olímpica, a preparação foi corrida. “Depois de uma boa sequência de treinos no Europeu, paramos por duas semanas para a Semana de Vela de Ilhabela. Quando chegamos ao Rio para começar os preparativos para o evento teste, havia muito trabalho no barco a ser feito”, contou Samuca.

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A participação no Europeu de Nacra 17, em julho na França, foi uma grande oportunidade de aprendizado fez toda a diferença para a dupla. “O período de treinamento nos permitiu crescer em muitas coisas, principalmente em deixar o barco com o layout muito mais ajustado ao nosso modo de velejar e com respeito ao balanço dos lemes. Ao chegar pro evento teste, vimos que nosso barco do Brasil precisava de muita atenção e tempo. Conforme vai aumentando nossa sensibilidade, vamos detectando coisas novas. Então ficamos um pouco envolvidos com isso e os treinos foram um pouco comprometidos” explicou.

Mesmo com toda atenção aos ajustes, imprevistos ocorreram. “Um dia antes da competição eu baixei uma das bolinas com um pouco de força e quebramos o batente, que acabou descendo demais, apoiando onde não devia e quebrando a caixa da bolina. Isso custou à nossa equipe uma noite longa de trabalho. Foram quase 24 horas de esforço para deixar o barco em condições de competir novamente. Ficamos muito tristes, pois tivemos que abrir uma janela no casco para ter acesso a tal caixa. Mas graças ao desempenho da equipe de terra do Crioula Team, conseguimos ter o barco em condições novamente em tempo”, afirmou.

As condições climáticas também não favoreceram aos atletas olímpicos. Foram realizadas menos regatas que o previsto em razão da falta/excesso de vento. “Foram apenas dois dias de regatas, com quatro regatas em cada dia.” Outro episódio acabou por atrapalhar os brasileiros. “Iríamos fechar o evento na 11ª posição, mas fomos informados que uma das regatas canceladas no primeiro dia foi validada novamente e os velejadores foram chamados para indicar sua posição numa das bóias de contravento, ou seja, uma reconstituição da regata. Foi imputada à nossa dupla de forma injusta uma última colocação nesta regata, fazendo cairmos para a 13ª colocação”, lamentou.

Na raia foi possível testar obstáculos e os pontos a melhorar, conforme Samuca: “Tivemos bons e maus momentos. Muitas vezes andamos no grupo de frente, mas não conseguimos suportar a pressão nas três voltas do percurso eleito nas regatas. O percurso barlasota com três voltas permitia às equipes mais treinadas chegar à frente, mesmo que com um começo não muito forte. Nós quase sempre perdíamos duas posições em cada volta e isso nos custou caro”, avaliou.

Os percalços na primeira experiência na raia olímpica não diminuíram o otimismo e a persistência da dupla, conforme afirma Samuca: “Estamos contentes e vamos cumprindo com nossos objetivos. Vimos que dá para chegar no grupo da frente, em diversas regatas estivemos ali. Temos que aprender um pouco mais sobre a dinâmica da regata e melhorarmos a média do nosso rendimento para não cedermos tantas posições ao longo da regata”, garantiu.

A dupla, que conta com o patrocínio da Wind Brasil, já tem o próximo desafio marcado. “Estaremos no Mundial de Santander e pretendemos ir 15 dias antes do evento para nos prepararmos da melhor maneira possível”, diz Samuca, pronto para a jornada seguinte.

Samuca ainda lembra que a equipe segue em busca de apoio pela Lei de Incentivo ao Esporte que possibilita a destinação por parte de pessoas físicas e pessoas jurídicas de um percentual do Imposto de Renda para o projeto, já aprovado pelo Ministério do Esporte. Saiba aqui como dar o seu incentivo à dupla.