Duplas do VDS analisam as participações no Sul-americano de Nacra

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O Sul-americano de Nacra17, realizado no Veleiros do Sul, entre os dias 7 e 10 de novembro, foi o primeiro evento internacional da nova classe olímpica em nosso país. A competição reuniu sete tripulações do Brasil, uma da Argentina e uma do Uruguai, e também marcou a estreia das duplas no Veleiros do Sul num campeonato: Samuel Albrecht e Caroline Boening e Marcos Pinto Ribeiro e Valéria Fabiano. 

Kako e Valéria tiveram melhor rendimento ao terminarem em quinto lugar no Sul-americano, colocação comemorada pois surpreendeu a todos, inclusive aos adversários, que esperavam uma participação mais tímida, devido às condições que a dupla enfrentou para estar na raia, sem patrocínio e apoio, como relata Caco.

Kako e Val

Para nós foi um sonho que se realizou, pois no final de semana anterior ao campeonato ainda nem tínhamos o barco para correr. Fizemos um esforço muito grande pra conseguir e chegou literalmente em cima da hora. Tivemos pouco tempo para montar e preparar para a primeira regata. O barco ficou pronto 50 minutos antes do tiro de largada da primeira regata. O tempo de velejada foi apenas a distância até a raia, ajustando trapézios e aprendendo como se subia e baixava a vela balão. A única coisa que tínhamos a nosso favor era a minha experiência passada em multicascos e também nos monotipos, o tempo que treinamos de Hobie Cat 16 e Tornado e principalmente a confiança entre a gente. As colocações que tiramos ao longo do campeonato e a distância que chegávamos dos outros nas regatas foi uma surpresa pra gente.

Nossa principal meta para esse campeonato era aprender! Aprender o máximo possível sobre regulagens, maneira de levar o barco, etc. Depois, nosso objetivo era não capotar em regata e não tirar último. Fomos muito além disso! Corremos regatas muito boas e disputamos colocações. Competimos completamente amadores, sem nenhuma estrutura nem apoio. Praticamente todas as tripulações brasileiras tinham técnico, equipe de apoio, etc. A maioria teve alguém, algum amigo, patrocinador, que comprou o barco pra equipe como incentivo ao inicio da campanha olímpica. Para quem almeja chegar a Olimpíada, é preciso tudo isso, toda essa ajuda.

A maioria das tripulações é profissional da vela, praticamente só se dedica a isso. Nós não estamos nesse nível, temos nossas profissões, nosso trabalho, e não temos a intenção de largar tudo. Por outro lado, mostramos que temos um enorme potencial, conseguimos velejar bem, muito acima das expectativas. Precisamos agora conseguir ajuda para iniciarmos essa campanha olímpica. Sem ajuda seguramente não poderemos ir em frente.

Sabemos que agora todas as outras tripulações irão evoluir muito mais rápido do que a nossa, justamente em função do tempo de treino e infra-estrutura disponível. O próximo campeonato certamente será muito mais difícil pra gente. O pessoal da Classe foi muito legal, todo mundo ajudou como pode, dando dicas, montando o barco com a gente, principalmente o Clinio a Cacau e o Fernando Jacobina (técnico do Clínio). Não cansamos de falar que seguramente sem eles não teríamos chegado nesse resultado!

Muitos sócios do clube e a Comodoria também ajudaram muito e nos sentimos queridos pelo Clube. Ficamos honrados de velejar com o colete salva-vidas do clube e o logo estampado no peito! A organização foi excelente, impecável como sempre. O pessoal todo da comissão de regatas, de apoio, salvatagem, fizeram um trabalho muito bom. As raias foram montadas de maneira impecável, mesmo quando o vento rondava ou quando entrou o “ventão” na última regata. A expectativa agora, sem apoio, é a curto prazo. Vamos começar a treinar e se tudo der certo vamos competir na seletiva pra equipe olímpica em janeiro.       

A dupla gaúcha pioneira no Nacra 17, primeira tripulação representante do VDS na Classe, Samuel Albrecht e Caroline Boening que ficaram em sétimo lugar. Eles receberam o barco em setembro e conseguiram realizar alguns treinos antes da competição. No entanto a dupla enfrentou alguns problemas e viu malograda a sua participação no Sul-americano. O timoneiro Samuca comentou sobre o assunto.

SamuCarol  

Numa análise geral acho que o campeonato foi um sucesso. Analisando o nosso rendimento (Samuca e Carol), o sentimento é de frustração. De 10 regatas, completamos apenas cinco e sentimos muita dificuldade nas cinco regatas que conseguimos correr. Vínhamos de certa forma evoluindo, as duas últimas regatas que corremos obtivemos nossas melhores colocações: 6º e 3º.

Mas daí em diante uma série de erros e desatenção nos causou alguns acidentes de percurso, sendo que em um deles a Carol teve uma lesão e tivemos que abandonar o campeonato na sétima regata.

A gente não gosta de velejar mal e como sempre queremos ser competitivos. Mas infelizmente desta vez não deu. Os treinos continuarão, a campanha Olímpica recém está começando, durante o campeonato completamos nossa velejada de numero 20 e ainda tem muita água pra rolar. Em Janeiro próximo temos a Pré-olímpica, nosso próximo objetivo. Agradecemos ao Veleiros do Sul por ter abraçado a idéia de realizar o evento, assim como a torcida e a atenção dos amigos que nos ajudaram.