Yachting Argentino destacou Regata Buenos Aires-Porto Alegre no VDS em 1964

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Na década de 1960 o Veleiros do Sul se notabilizou na América do Sul pelas regatas oceânicas que promoveu entre Porto Buceo (Uruguai) - Porto Alegre e depois Buenos Aires - Porto Alegre. A revista Yachting Argentino, edição de abril de 1964 publicou na época um artigo do velejador e cartunista argentino “Hormiga Negra” sobre esta prova na qual ele participou. O autor do livro Nauticomio, contou com seu característico senso de humor as peripécias da regata.

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Hormiga salientou alguns aspectos como o vento fraco e a difícil navegação na Lagoa dos Patos em contraponto a excelente organização do Veleiros do Sul. Uma tradição do Clube. Alguns trechos:

“...A Força Aérea Brasileira (FAB) aproveitou a ocasião para dar uma demonstração de sua eficiência na altura do Chui com voos rasantes em volta dos barcos, de duas a três vezes por dia. “Praticamente ao alcance das mãos”. Em Rio Grande, como numa operação de guerra, cada competidor era representado por um desenho sob uma mesa de vidro, onde figurava a sua rota transmitida pelos pilotos dos aviões. E no trecho de Rio Grande a Porto Alegre ainda se intensificaram os voos.

“... O veleiro Amalandro havia acumulado uma respeitável vantagem ao chegar a Rio Grande. Não necessitava fazer mais que um cruzeiro cuidadoso na Lagoa para obter um triunfo seguro. Porém, algo aconteceu. Afirmavam em Rio Grande que por um inexplicável erro do comandante Enrique Gualdero, tinha se dedicado a ler o programa de festejos – que era digno de ser lido com atenção- em lugar de concentra-se na lista das posições de bóias e faroletes. A conseqüência foi que ele passou a conhecer bem melhor a Lagoa: sua tripulação percorreu uma boa distância a pé arrastando a âncora do barco. O atraso do Amalandro criou uma nova incógnita. Antes do computo final dos tempos, havia uma crença que o Umuarama (VDS) era o vencedor. Porém, o cálculo aclamou o veleiro Barracuda como o campeão. O resultado foi duro de roer para o simpático capitão Erwin Bier, do Umuarama, que aceitou a derrota como um cavalheiro”.

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“...Se na edição passada os entretenimentos e passeios com que foram presenteadas as tripulações foram notáveis, os desta ocasião não ficaram atrás. Porto Alegre inteira estava atenta a regata e também se viu, com agrado, a presença de argentinos que atraídos pelo evento seguiram de carro, ônibus ou de trem para Porto Alegre. E todos desfrutaram a hospitalidade do Veleiros”.

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