Troféu Seival mudou o perfil da vela de oceano gaúcha em 1970
O Troféu Seival não deu a vela gaúcha apenas uma competição a mais no calendário. Com a regata de longo percurso também vieram inovações necessárias para a sua realização, além de melhor ordenar a flotilha e estimular a classe oceano. Um dos seus mentores continua em atividade na vela. É o comandante do barco Horizonte, Fernando Marsillac, 76 anos, diretor de vela de oceano do VDS, em 1970, na comodoria de Frederico Cativelli e Bruno Richter, vice-comodoro esportivo. Ele participou diretamente na criação da regata.
“O Troféu Seival foi um marco para a vela de oceano do Estado, porque a partir dele elaboramos um rating para a flotilha gaúcha, baseada na fórmula de medição empregada na região dos Grandes Lagos, nos Estados Unidos. A regra foi adaptada para nossa realidade e o responsável por este trabalho foi o Lászlo Böhm. Se não estou enganado, nós a denominamos RGS, mas não tem a ver com a atual”, conta Marsillac.
Para o cálculo foram computadas as medidas de comprimento total do casco, linha d’água e área vélica. E essa regra perdurou por muitos anos sendo superada depois pela entrada da IOR. Outra mudança que veio com o Seival foi o fim da proibição do uso da vela balão nas regatas, que até então não era permitido porque nem todos veleiros possuíam este tipo de vela.
“O Seival nasceu de nossa proposta de uma competição da classe oceano que se mantivesse permanente na agenda da vela e não temporariamente, como quase sempre acontecia até então. Quando fui convidado para ocupar o cargo fui com esta intenção”, lembra Marsillac.
Outra característica marcante do Seival foi o seu cunho de enaltecer a tradição gaúcha. “Isso nos motivou a fazer a largada da regata de maneira cívica festiva no cais central de Porto Alegre para que a população acompanhasse de perto o evento”, diz Marsillac que participou da primeira edição com o veleiro Mistral.
E se passaram quatro décadas, novas tecnologias melhoraram os barcos e facilitaram a navegação, mas o espírito da regata continua o mesmo nas mentes dos velejadores.
O 19º Circuito Conesul de Vela de Oceano entra na fase decisiva
O barco Delirium é o líder na classe ORC Internacional, na J/24 está na frente o Di Lorenzo e na RGS o Taz. A etapa final será neste fim de semana com a realização das últimas três regatas. O Veleiros do Sul e a flotilha de oceano gaúcha vão comemorar os 40 anos do Troféu Seival, a maior regata em águas abrigadas do Brasil.
No sábado a classe J/24 terminará a sua participação no Circuito com a disputa das duas regatas finais na raia de Ipanema. Já as classes ORCI e RGS ainda terão o desafio das regatas de longo percurso no domingo: o 40º Troféu Seival (90 milhas) para os barcos da ORCI e Bico de Proa. E a 21ª Regata Farroupilha (45 milhas) para a classe RGS.
O 19º Circuito Cone Sul terá a disputa da tradicional regata longa, o 40º Troféu Seival neste domingo. Haverá uma cerimônia com hasteamento de bandeiras antes da partida, às 11 horas, e o público poderá acompanhar em terra a saída da regata na área atrás da Usina do Gasômetro. A chegada é prevista para a madrugada de segunda-feira, feriado estadual, data de Revolução Farroupilha.
O Troféu Seival é disputado desde 1970 e foi criado para homenagear os marinheiros farroupilhas que lutaram contra o Império do Brasil.Uma das particularidades desta regata que a torna uma prova difícil é a sua distância e as condições climáticas. O percurso é de 90 milhas, percorridas pelo rio Guaíba e Lagoa dos Patos. Parte do trajeto é feito à noite e às vezes sob condições duras de vento nesta época do ano. O Seival será destinado para veleiros das classes ORC Internacional e Bico de Proa.
Junto com o Seival haverá a disputa da 21ª Regata Farroupilha para competidores da classe RGS na distância de 45 milhas. Para a classe Cruzeiro haverá o 13º Velejaço Farroupilha (barcos não medidos).
O Circuito Conesul conta com a participação de 27 barcos e tem o patrocínio da Unifertil e apoio da Delta Yachts e Equinautic.
Veleiro Angela II sendo preparado para correr a Seival na ORCI
Classificação parcial após a primeira etapa
Classe J/24
1º Di Lorenzo, Lorenzo Medeiros (VDS) 5
2º Bravíssimo, Renato Plass (VDS) 11
3º Tango, Alex Luiz (VDS) 15
4º Equinautic, Marcio de Lima (CDJ) 15
5º IUCCA, Ronaldo Ruschel (VDS) 16
ORC Internacional
1º Delirium, Darci Rebelo (CDJ) 6
2º C’est la vie, Henrique Dias (VDS) 6
3º Kamikaze XI, Hilton Piccolo (CDJ) 9
4º Little Wing, Jorge Romero (ICG) 11
RGS
1º Taz, Airton Schneider (CDJ) 6
2º Mandinga, Gustavo Lis (VDS) 6
3º Magia, Rodrigo Castro (VDS) 7
4º Jodan, João Daniel Nunes (CDJ) 13
5º Gaivota, Márcio Coutinho (ICG) 13
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