Obstáculos no Guaíba: Órion relata o acidente

Na semana passada publicamos uma reportagem sobre os perigos que os nossos associados têm encontrado no Guaíba. Um desses obstáculos provocou um acidente com o barco de Órion Brasil da Costa, experiente navegador que possui a habilitação de Mestre Amador. O fato mostra que todos estão expostos aos riscos desses objetos que ameaçam a segurança no Guaíba. O próprio Órion escreveu ao nosso site um relato do acontecimento. Leia a seguir:

No dia 11 de fevereiro, às 08h30min, larguei as espias no Veleiros do Sul e parti com o meu veleiro rumo a Rio Grande, onde pretendia esperar uma frente fria e então ir para Florianópolis, para passar o resto do verão e depois seguir para o norte.

O dia estava ensolarado, mas quase sem vento. Saí motorando e com as velas ferradas. Quando cheguei no través da bóia 119, uns seis a oito metros para dentro do canal, o barco parou bruscamente por ter batido em alguma estrutura submersa a menos de dois metros da superfície.

Com o impacto caí e desloquei o ombro. Fraturei a cabeça do úmero. Consegui voltar ao Veleiros do Sul, onde fui socorrido e levado para a emergência do hospital mais próximo.

Depois de mais de cinco horas sem colocarem o braço no lugar e ter pago R$ 702,69 pelo serviço, anestésicos e radiografias pedi para ser levado para o Hospital Moínhos de Ventos (tem convênio com o meu plano de saúde). Em menos de duas horas eles colocaram o meu braço no lugar.

O médico traumatologista me informou que devo permanecer com o braço imóvel por seis semanas e então começar com fisioterapia leve, de pendulação. Caso tenha havido ruptura de ligamento terei que fazer uma cirurgia de restauração.

Quanto aos danos materiais, só terei conhecimento no final de março, quando pretendo tirar o barco da água.

Depois, fui informado que a estrutura submersa era um mangrulho que muitos navegadores já conheciam há mais de um ano. Sobre este mangrulho há uma alça de ferro escurecido, mais próximo da bóia, que se avista quando o nível das águas está baixo e que parece um galho acima da superfície. Apesar dos problemas, ainda acho que tive sorte por estar só e por ter ferido apenas o braço. Poderia ser muito pior e outras pessoas se machucarem.

Torço para que a Marinha tome as providências para que outras pessoas possam trafegar pelo canal sem surpresas como esta.