Ídolo da vela brasileira compete no Brasileiro de Laser no VDS
Dono de cinco medalhas olímpicas, Robert Scheidt volta a Porto Alegre depois de uma década ausente da raia do Guaíba. A última vez foi em fevereiro de 2003 quando venceu a seletiva para os Jogos Pan-americanos de Santo Domingo, na República Dominicana, onde conquistaria a medalha de ouro. Robert, 39 anos, veio para competir no Campeonato Brasileiro da classe Laser que começa no sábado no Veleiros do Sul. Mostrou que continua o mesmo cara simples e centrado no que faz. Chegou pela manhã, almoçou no Veleiros do Sul com o seu técnico, o gaúcho Fábio Pillar, e em seguida foram para água treinar na raia onde será o Brasileiro.
Um dos maiores nomes da vela mundial iniciou sua carreira olímpica na classe Laser, na qual conquistou duas medalhas: ouro nos Jogos de Atlanta em 1996, prata em Sidney, em 2000, e ouro em 2004 em Atenas. E foi oito vezes campeão mundial da classe Laser. Há oito anos estava velejando na classe Star, onde também obteve duas medalhas, junto com Bruno Prada: Prata em Pequim, em 2008 e bronze, em Londres, 2012.
Com a saída da classe Star dos Jogos Olímpicos, Robert retornou a sua classe olímpica de origem. E parece que não perdeu nada do domínio do barco, embora diga ao contrário. Em 2012, após Londres, venceu o campeonato italiano de Laser. Porém, essa vitória não considera um bom parâmetro. O Brasileiro será o “termômetro para mim”, diz Robert.
“Não venho com compromisso de ganhar o título, mas obviamente tentarei. O campeonato será importante para fazer uma comparação com meus atuais adversários. Enfrentarei uma gurizada que veleja muito bem e o nível dos campeonatos brasileiros é sempre forte.” Em dezembro treinou com outros velejadores no Rio de Janeiro e depois sozinho em Ilhabela, onde passou o fim de ano. Robert pretende continuar competindo na Laser e para isso teve que mudar o seu programa de treinamento físico. “Velejar nesta classe exige maior preparo aeróbico e tenho que evitar as lesões.”
A Star ainda poderá fazer parte da Olimpíada do Rio em 2016, como classe convidada. Dependerá do Brasil de fazer um lobby junto ao Comitê Olímpico Internacional e com aval da ISAF (Federação Internacional de Vela). Essa decisão poderá ser anunciada ainda nesse ano. “Se a Star voltar a ser olímpica, acho que também retorno.” Enquanto isso seu foco está em Porto Alegre e poderá ser conferido a partir de sábado.