Velejadora batalha reforma no carro do pai para participar do Brasileiro de Laser
A vela é um esporte que exige esforço muito além do físico dos velejadores que investem para se tornarem profissionais. Conseguir um patrocínio é difícil e manter-se em um padrão competitivo é uma batalha. Essa é a realidade da velejadora Juliétty Tesch. A capixaba de 23 anos é bi-campeã no Ranking da ABCL (atualmente é vice-campeã) e hexacampeã do Ranking da Classe Laser 4.7 no Espírito Santo, briga para se manter competitiva na vela. Além de se dividir com os estudos (é formada em Ciências Biológicas e fará prova para cursar o mestrado na área), na vela a determinada Juliétty tem origem humilde e precisa do apoio financeiro que recebe do Bolsa Atleta do seu Estado. Mesmo com vento desfavorável, a velejadora não se deu por vencida.
Com o dinheiro curto e às vésperas do Brasileiro de Laser, a capixaba se viu em uma situação complicada na hora de descer a Porto Alegre. Sempre apoiada pelo pai, Wilney Tesch, companheiro com quem percorre o país nas competições de vela, dessa vez Juliétty não teria como vir à capital gaúcha. Assistindo ao programa Caldeirã do Huck, teve a ideia de buscar a colaboração de empresários para reformar o carro da família, um Monza 91/92. O carro acompanha os Tesch desde 2002, quando Juliétty ingressou na vela por intermédio do Projeto Grael. No Brasileiro de Optimist de 2004, realizado no Veleiros do Sul, o Monza vinho se fez presente carregando o barco de Juliétty e os Tesch. Sensibilizados com a história, dez empresários capixabas toparam atender ao pedido da velejadora, que acima de tudo buscava homenagear o pai.
Julliétty se achou na foto do Brasileiro de 2004
Com a desculpa de que levaria o Monza, que estava parado havia quatro meses, para um orçamento, Juliétty deixou o carro na oficina onde por um mês ele foi completamente reformado, desde a parte mecânica, até a estética, que ainda não pode ser completada porque a velejadora precisava vir a Porto Alegre para disputar o Brasileiro. O carro foi entregue ao pai, que nada sabia, há dois dias do campeonato. Orgulhoso, Wilney Tesch mais uma vez trouxe a filha em Porto Alegre, dessa vez, além da sua campeã, trouxe uma história bonita para contar. Não é só de água e vento que se faz a vela, mas também de determinação.
Clique sobre a foto abaixo e assista a matéria que mostra a entrega do carro a Wilney: