Clipper Race continua a busca pelos melhores velejadores para o trabalho mais difícil do mundo
Rosângela Oliveira da nautica.com.br
“Você precisa entender que é um trabalho incrivelmente difícil. Os candidatos têm que ser totalmente dedicados”, afirmou neste fim de semana o diretor da Clipper Race Justin Taylor para justificar a dificuldade do processo seletivo para comandantes da Clipper Race.
Ele, que já foi comandante em outras edições da competição, disse que o processo seletivo é intencionalmente esgotante: “Temos o dever de garantir que encontramos os melhores capitães, aptos a liderar as equipes de forma eficaz, através de todos os desafios”.
A próxima edição da regata de volta ao mundo Clipper Race começa em agosto do ano que vem e a organização tem realizado contínuos processos seletivos para encontrar doze comandantes entre os melhores velejadores do planeta.
Uma série de testes e cenários avaliam os potenciais capitães durante os três dias de processo seletivo, incluindo o resgate de um homem ao mar, lidar com vítimas, equipamentos danificados e conflitos com a tripulação.
“Colocamos candidatos sob grande pressão e acrescentamos mais dificuldades para ver como eles se saem”, afirmou o vice-diretor da competição Mark Light. “Muitas pessoas são capazes de velejar, mas poucas são capazes de velejar em um barco da Clipper Round the World Race.
Os selecionados devem enfrentar os ambientes mais hostis do planeta, incluindo tempestades, ciclones, icebergs, lesões, calor e frio extremos e até mesmo ameaças de pirataria, durante quase um ano e em um percurso de 40.000 milhas com paradas na Europa, América do Sul, África, Austrália, Sudeste Asiático, China e América do Norte, em uma série de 16 corridas, atravessando quatro oceanos.
O fundador e presidente da Clipper Race, Sir Robin Knox Johnston adverte que os candidatos devem estar realmente preparados para ficarem exaustos, fisicamente machucados e surrados, mentalmente cansados e privados de sono durante a viagem 11 meses.
Como contrapartida os selecionados terão um contrato de 18 meses e um bom salário livre de impostos, além de desfrutar de excepcional progressão na carreira. Devem velejar por lugares como a Estátua da Liberdade, a Ponte da Bahia de Sydney, a Table Mountain na Cidade do Cabo e a Ponte Golden Gate, em São Francisco.
Para se candidatar você precisa ter o RYA (Yachtmaster Ocean Certificate), experiência de pelo menos 30.000 milhas de navegação offshore e em barcos grandes e diversas habilidades que vão muito além dos requisitos profissionais de um trabalho normal.
Os requisitos rigorosos são justificáveis pelo fato de que o capitão é o único velejador profissional abordo do veleiro durante a travessia. A única qualificação exigida para tripular a regata é a idade mínima de 18 anos (não há limite máximo de idade), além de um perfil aventureiro. O objetivo é dar a todas as pessoas, independentemente do nível de experiência na vela, a oportunidade de descobrir a emoção de uma regata de oceano e o capitão cuida do resto.
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Foto: Divulgação