Indicação será critério para definir velejadores olímpicos

 


Por Antonio Alonso - Blog das Águas

Matéria de Felipe Mendes publicada ontem (14/01) no Lancenet finalmente revelou o novo critério para seleção dos velejadores brasileiros na Rio 2016. Tradicionalmente, o Brasil definia seus representantes em seletivas nacionais, onde contava também o desempenho nos Brasileiros e nos Mundiais de cada classe. Muita gente reclamava, já que poucos velejadores conseguiam ir aos Mundiais mais caros e distantes. Pelo menos era um critério objetivo.

Agora, os nove integrantes da comissão técnica farão a indicação, "após análise do desempenho dos atletas nas competições internacionais".

Torben vai quebrar a cabeça para indicar o escolhido em cada classe, junto com uma comissão técnica

"Todas as maneiras têm suas vantagens e desvantagens. Nenhuma é perfeita. Vários países têm optado por esse modo com sucesso. Como esse é um ciclo olímpico especial, em que devemos ter mais recursos do que o normal, optamos por essa maneira – explicou o velejador Torben Grael, contratado pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) para ser o técnico-chefe da modalidade até os Jogos de 2016."

Bruno Prada, colunista do Lancenet, apoiou a medida: "Claro que escolher os representantes de acordo com os resultados em etapas da Copa do Mundo, Mundial, entre outras, é algo subjetivo. Mas no final das contas vai ser uma escolha matemática. Vai ser difícil não ter alguma classe com alguém se destacando".

Eu vou usar meu direito de discordar aqui. Parabéns para a CBVela, que não manteve por muito tempo a ideia louca de esconder esse critério. Parabéns pela iniciativa inovadora. No entanto, os velejadores começam suas caras campanhas sem saber exatamente o que vai definir o escolhido em casos apertados. A CBVela se reserva, por exemplo, o direito de escoher um velejador que esteja ligeiramente atrás no "ranking" pelo fato de ele ser mais experiente ou mais jovem. 

Pode ser eficiente, mas é cruel com os velejadores. E dá espaço para briga depois.

Boas notícias na definição da equipe brasileira de Vela (que receberá apoio técnico e para participar das competições no exterior). Na Laser, por exemplo, Bruno Fontes fica na classe, mesmo tendo perdido na seletiva para o jovem Matheus Dellagnelo.

Equipe Brasileira de Vela em 2014:

RS:X feminino - Patricia Freitas e Bruna Martinelli.

RS:X masculino - Ricardo Winicki e Albert de Carvalho.

Finn - Jorge Zarif e Bruno Prada.

Laser Standard - Robert Scheidt, Matheus Dellagnelo e Bruno Fontes. Segundo Torben, são três velejadores porque a classe é a que tem os melhores resultados do Brasil e por ser uma das mais baratas.

Laser Radial - Fernanda Decnop e Odile Ginaid.

470 feminino - Renata Decnop/Isabel Swan e Leticia Nicolino/Mareana Gouvea. A medalhista olímpica Fernanda Oliveira, que foi mãe recentemente e está no top 10 da classe, também tem apoio garantido pela confederação.

470 masculino - Henrique Haddad/Bruno Bethlem e Geison Mendes/Gustavo Thiesen

49er - Dante Bianchi/Thomas Low Beer e Andre Fonseca/Mario Tinoco 

49er FX - Martine Grael/Kahena Kunze e Juliana Senfft/Gabriela Nicolino.

Nacra 17 - Clinio de Freitas/Claudia Swan e Samuel Albrecht/Geórgia Rodrigues.