Match Race Brasil é estágio para os Jogos Olímpicos de 2016
Sete velejadores entre as tripulações que competem até domingo no Iate Clube do Rio de Janeiro, estão em campanha olímpica para 2016. Equipe de Philipp Grochtmann defende o Veleiros do Sul
Por ZDL Comunicação
São Paulo (SP) - Ao longo dos últimos 11 anos, o Match Race Brasil se consolidou como uma das principais disputas da vela brasileira no formato barco contra barco. A competição teve o mérito de viabilizar a participação do Brasil 1 na Volvo Ocean Race, permitindo assim, a inédita presença de um barco brasileiro na maior regata oceânica do mundo. Neste ano, cumpre o importante papel de fazer com que os atletas brasileiros mantenham-se velejando em alto nível enquanto buscam a sonhada vaga na primeira olimpíada a ser disputada ‘em casa’.
Desta quinta-feira - reservada aos treinos – até domingo, sete velejadores em campanha olímpica para os Jogos do Rio, em 2016, estarão entre as tripulações dos seis clubes inscritos para as regatas na Baía de Guanabara. O atual bicampeão do Match Race Brasil pela Comissão Desportiva da Marinha, Henrique Haddad, o Gigante, está disputando vaga na classe 470, ao lado do campeão mundial de Snipe, Bruno Bethlem. Neste ano, Haddad vai defender seus títulos pelo Iate Clube do Rio de Janeiro.
A dupla Renata Decnop e Isabel Swan também pretendem representar o Brasil em 2016 na classe 470. Ambas estarão no time do Rio Yacht Club, de Niterói, junto com Fernanda Decnop e Larissa Juk, que desenvolvem campanha na classe Laser. Isabel conheceu o pódio olímpico em Pequim, na mesma classe, ao lado de Fernanda Oliveira, donas da única medalha brasileira feminina na vela olímpica.
Completam o quadro de candidatos às próximas regatas olímpicas, a dupla Juliana Senft e Gabriela Nicolino, na classe 49er, campeãs da Nations Cup de Match Race neste ano na Dinamarca. As duas velejadoras estão inscritas no Match Race Brasil pelo Iate Clube Brasileiro, também de Niterói.
Juiz olímpico na raia - O árbitro Nelson Ilha, também velejador, além de considerado um dos mais experientes juízes internacionais do País, será o coordenador técnico do Match Race Brasil. O gaúcho traz no currículo cinco olimpíadas e ratifica a disputa barco contra barco como uma oportunidade de fortalecimento para os velejadores brasileiros. "Essa modalidade da vela é fantástica. A pressão é semelhante à de uma olimpíada. O velejador fica calejado emocionalmente. As regatas têm apenas 15 ou 20 minutos, mas a adrenalina vai lá em cima".
Também especialista em correr match race e exímio conhecedor das regras do duelo, Nelson conquistou no último final de semana o 5º POA Match Cup, equivalente ao Campeonato Brasileiro de Match Race, disputado no Rio Guaíba. "Na final, vencemos a tripulação do Philipp Grochtmann, um dos novos talentos dessa competição. Ele tem apenas 19 e estava invicto até a decisão. Vai dar muito trabalho às demais equipes do Match Race Brasil comandando a tripulação do Veleiros do Sul. Só ganhamos porque eles ficaram nervosos". A tripulação gaúcha defende o vice de 2012.
Nelson Ilha relaciona a ansiedade que o match race provoca no velejador ao regulamento que obriga a tripulação a pagar imediatamente, com uma volta em torno do eixo do próprio barco, por qualquer infração cometida. "Nessa disputa é assim. Você capitaliza seus acertos e é penalizado pelos seus erros. Tudo na hora. Por isso, é adrenalina pura". O juiz internacional teve uma tripulação variada durante o Brasileiro de Match Race em Porto Alegre. Nas regatas finais, competiu ao lado de Ana Barbachan e Geórgia Silva em um barco da classe Eliott 6M.
O Match Race Brasil 2013 tem seis clubes inscritos: Veleiros do Sul, de Porto Alegre (Philipp Grotchmann); Iate Clube do Rio de Janeiro (Henrique ‘Gigante’ Haddad); Rio Yacht Clube, de Niterói (Renata Decnop); Clube Naval Charitas, de Niteroi (Rafael Pariz) e Comissão Desportiva da Marinha.