LEIA o Relatório da Reunião da ISAF

 

 

A reunião anual da ISAF foi realizada em Omã, de 9 a 16 de Novembro 

Por Ricardo Lobato - Secretário Executivo

Com a participação de 500 delegados de 60 países, a CBVELA foi representada na reunião pelo seu presidente, Marco Aurélio Sá Ribeiro, tanto na Assembleia Geral como no Conselho, representando o Grupo N (Brasil e Paraguai). Estiveram presentes também os Secretários Executivos, Ricardo Lobato, membro do comitê de regras e do sub-comitê de umpires, o Técnico Chefe, Torben Grael e o Coordenador de Oficiais de Regata, Nelson Ilha, membro do comitê de eventos e do sub-comitê de juízes.

Estiveram presentes também o gerente de competições da Rio 2016, Walter Böddener, Ricardo Navarro, membro do comitê de oficiais e Bruno Lício, presidente do comitê de Prancha e Kite. Além dos assuntos constantes na pauta da reunião, foram estabelecidos importantes contatos com outras confederações. Mais importante, foi iniciado o contato com a Federação Japonesa para ajuda mutua com respeito à utilização de instalações em Tóquio. Reafirmamos também a parceria com a Inglaterra estabelecida pela antiga CBVM. Iniciamos também uma parceria com a Espanha que concordou em receber 5 oficiais durante o Mundial de Santander 2014. Foi conversado também opções de base na Espanha.

Resumo das principais decisões: Aprovação da CBVELA como MNA: A CBVELA foi aprovada por unanimidade como membro pleno da ISAF.

Formato para as Olimpíadas: Foi formado um grupo de trabalho liderado pelo Thomas Camera que definiu os princípios para o formato de 2016 (anexo 6b). É um documento em aberto, passível de revisão após o evento teste 2014. Em termos de número de regatas está muito semelhante a 2012. Entretanto, o numero de regatas do 49er foi reduzido de 15 para 12 regatas, já admitindo a possibilidade de ventos fracos no Rio. Existe a proposta de aumentar o número de regatas do RSX de 10 para 12, mas isto ainda está em discussão devido a limitação da regra da classe de 2 regatas por dia quando não há condições de planeio.

Uma diferença que não nos agradou foi a redução do tempo alvo da medal race de 30 para 20 minutos. O presidente do grupo de trabalho ficou de revisar este ponto. A própria Inglaterra, após conversa conosco, retirou sua proposta (067-13), reconhecendo que 20 minutos é muito pouco. Existe também uma preocupação com o programa que foi comprimido para 11 dias. Entretanto, a grande polemica é a utilização da bandeira Oscar (que libera a regra 42 com mais de 10 nós) para todas as classes. Este ponto será decidido na reunião do comitê de eventos em maio de 2014. Existe uma resistência na classe Laser. A proposta da classe 49er de 3 medal races e stadium races foi muito discutida, entretanto, foi adiada e será tema do grupo de trabalho.

Futuro das Olimpíadas: A ISAF está trabalhando forte junto ao IOC para incluir o Kite em 2020 como décima primeira medalha. A submissão 72-13 que congela as classes de 2016 para 2020 foi também muito discutida e aprovada por 38 votos a favor, um contra e uma abstenção. Isto significa que para mudar uma classe para 2020 será preciso 75% de aprovação do conselho. A proposta também travou o Kite como classe no caso de uma medalha adicional oferecida pelo IOC. Esta decisão é um balde de agua fria para as possibilidades da classe Star retornar nas Olimpíadas. Além disto, foi aprovada a submissão 73-13 que determina um período de 7 anos para a escolha das classes Portanto, as classes para 2024 serão definidas em 2017. Decisão muito importante para as classes e para a vela. A proposta 75b-13 e 75b-13, apresentada pelo Bruno Lício, para inclusão do kiteboard nos eventos da Sailing World foi aprovada com 38 votos a favor, um contra e uma abstenção. A inclusão não é obrigatória e depende das condições do local do evento.

Sailing World Cup: Seguramente este foi o tema mais polêmico da reunião. Foi apresentada e aprovada uma “visão” de como deverá evoluir o circuito profissional de vela (anexo 8b). A proposta esta ainda incipiente e não irá impactar 2014. Uma dos pontos já acordados é a inclusão do campeonato mundial organizado pelas classes como é hoje. Equipamento para as Olimpíadas: Será permitido na classe RS:X trazer a quilha, alça, retranca e mastro. Isto é reflexo dos problemas que tivemos em 2012 com o material fornecido. O Laser será fornecido pela Performance e será permitido as mesmas alterações de 2012 (extensão, alça de escora, cabos). Em Santander 2014 o Laser não será fornecido. A classe Nacra não será mais fornecida por problemas de custo em 2016.

Eliminatória para as Olimpíadas: O Brasil como país sede já está classificado em todas as classes. Entretanto, pelo critério de elegibilidade os atletas que irão correr 2016 precisaram correr uma das eliminatórias e estarem no ranking. Para 2016 metade das vagas serão definidas em Santander 2014. Uma vaga (duas para Laser e RSX) será definida num campeonato regional e as restantes no mundial 2015. Maiores detalhes no anexo 6(c). O movimento de utilizar os jogos regionais como eliminatória continua, entretanto a ISAF agora reconhece que isto é válido somente para as classes “universais”, isto é, Laser e RSX. Portanto, o perigo da retirada das classes locais nos jogos regionais foi temporariamente eliminado.

Apresentação Rio 2016 e Tokyo 2020: Walter Böddener fez uma excelente apresentação para o conselho, assim como Tokyo 2020. Renovação dos Oficiais de Regata: Todos os nossos oficiais que aplicaram renovaram, com exceção do Fransico Calich que terá que buscar um evento internacional. Será implantada uma prova on-line obrigatória para os juízes que estão renovando.

Regras de Regata: A principal questão é sobre a uniformização da regra 42 nas classes olímpicas (bandeira oscar). Nenhuma mudança relevante, entretanto a apresentação das regras utilizadas na America’s Cup atraiu bastante interesse e possivelmente poderá gerar algumas simplificações no futuro.

Foi aprovado a inclusão de 3 tipos de oficiais: Expression Judges (para prancha e kite), Tecnical Delegates e Classificadores (vela adaptada). Existe um movimento para redução dos números de pessoas necessárias para compor um Júri Internacional.

Match Race: Em 2013 só foi realizado um evento grau 1. Está evidente que os critérios precisam ser revistos, estamos discutindo um pacote de submissões para 2014. Mundial da Juventude: Israel foi escolhida como sede do evento para 2017. Foi aprovado um teste para escolha de um novo barco catamarã e a inclusão do 29er como categoria feminina a partir de 2015 (37 a favor e 3 abstenções). Muita polemica quanto a possibilidade de inclusão do kite neste evento. O sub-comitê responsável pelo mundial da juventude não apoiou e o conselho não aprovou.

Vela de Oceano: Foi aprovada a criação de um sistema único (UMS) de medidas para barcos de oceano. Estas medidas serão utilizadas por todos os sistemas de medição.