Rumo à Rio 2016, Martine Grael é vice-mundial em nova classe

Por Antonio Alonso - Blog das Águas

 

No fim de semana, Martine Grael e Kahena Kunze sagraram-se vice-campeãs mundiais de 49erFX em Marseille, na França. A notícia é velha, mas é bombástica. Como não falei desse assunto antes (a não ser no Facebook), trago ele para esta terça-feira nublada. 

Há um ano juntas, Martine e Kahena andam consistentemente entre as melhores do mundo há tempos. Este foi o primeiro mundial oficial da classe, que será olímpica a partir da Rio 2016. Depois de começarem mal, as duas conseguiram manter a cabeça e ficaram o tempo todo entre as 10 melhores entre as 53 duplas participantes. O segundo lugar veio apertado, com vantagem de apenas dois pontos sobre as francesas. O título ficou folgado nas mãos das neozelandesas Alexandra Maloney e Molly Meech, que terminaram a competição com 78 pontos perdidos, 20 a menos que as brasileiras. As brasileiras foram para a última regata empatadas em pontos com francesas e italianas, mostraram uma maturidade impressionante para largar onde queriam e dominar as francesas, que contornaram a primeira boia em posição de vantagem.

O 49erFX é um skiff, um tipo de veleiro muito veloz e muito instável. É a versão feminina de uma classe que há tempos figura no cronograma olímpico, a 49er. Entre os homens, André Fonseca, o Bochecha, fez história na 49er brasileira ao se manter entre os oito melhores do mundo. Nunca uma tripulação masculina do Brasil chegou onde a dupla de garotas fluminenses chegou.

Juju Senfft e Gabriela Nicolino também ficaram na flotilha ouro e terminaram na 24ª colocação.

Os skiffs não tem (não tinham?) tradição nenhuma no Brasil, e são muito populares na Nova Zelândia, Austrália e em alguns países da Europa. Bochecha várias vezes precisou importar adversários para treinar em Porto Alegre.

Entre os homens, os brasileiros não tiveram o mesmo sucesso. Bochecha e Mário Tinoco ficaram em 39º e Marco Grael e Gabriel Borges ficaram em 51º.