Brasil perde sede e Recife está fora da Volta ao Mundo

 

 

Por Antonio Alonso - Blog das Águas



A Cidade do Cabo substituirá Recife como a primeira parada da Volvo Ocean Race 2014-15. A alteração foi anunciada nesta quinta-feira, na África do Sul. Com a mudança, o Brasil, que era o País com maior número de stopovers, terá apenas Itajaí, em Santa Catarina, na rota da Volta ao Mundo. Inicialmente, a parada de Pernambuco estava relacionada com a participação de uma equipe local para correr a regata. Porém, a situação não evoluiu como o esperado.

"É claro que é decepcionante não ir a Recife nesta edição, mas o Brasil está muito bem representado na Volta ao Mundo com a parada em Itajaí", disse o CEO da Volvo Ocean Race, Knut Frostad. "Recife tem o potencial para ser uma parada no futuro. As duas partes, a Volvo Ocean Race e o Comitê Organizador da cidade, enxergaram essa possibilidade no momento e podem estudar uma possível volta nas próximas edições".

A decisão de ir para a Cidade do Cabo, rota clássica da Volvo Ocean Race, tem a ver com os 40 anos da Volta ao Mundo. Os sul-africanos fazem parte da história do evento com 10 participações das 12 edições. A cidade apareceu pela primeira vez na Volvo Ocean Race em 1973-74, na edição inaugural da regata, que era chamada de Whitbread. "O retorno da Cidade do Cabo à rota significa que a regata vai parar, mais uma vez, em todos os cinco continentes. O local é emblemático e a vista da Table Mountain no horizonte significará muito para os velejadores, que irão saber que o final da primeira perna se aproxima", projeta Knut Frostad.

Grant Pascoe, conselheiro do Comitê de Turismo, Eventos & Marketing da Cidade do Cabo está feliz com a volta sul-africana para a Volvo Ocean Race. "O evento não apenas aumenta a nossa exposição mundial e a consolida como destino turístico. A Volvo Ocean Race impulsiona muitas indústrias locais, pois organizadores e visitantes gastam na cidade".

Bruce Parker-Forsyth, CEO da WorldSport, parceira da Cidade do Cabo na realização da parada, acrescentou: "A prefeitura, a V&A Waterfront e a WorldSport se uniram para deixar um legado do evento para a cidade. Foi uma parceria de sucesso entre os setores público e privado. O objetivo é criar uma nova geração de velejadores".

Segundo o cronograma, os barcos devem chegar na África do Sul no final do mês de outubro de 2014. No dia 15 de novembro está marcada a Regata do Porto (In-port Race). No dia 19 do mesmo mês, os veleiros partem para Abu Dhabi.

Além das duas equipes já confirmadas - SCA e Abu Dhabi Oceano Racing - os organizadores estão confiantes em definir os outros times para o início da Volvo Ocean Race, em outubro de 2014.

Com o novo projeto Volvo Ocean 65, barco que será usado nas próximas duas edições da corrida pelo mundo, as equipes podem começar os preparativos muito mais tarde do que no passado e ainda serem competitivas. "Os primeiros barcos estão quase prontos para ser entregues pelo Green Marine. Na semana passada, o sétimo barco começou a ser produzido" , disse Knut Frostad, CEO da Volvo Ocean Race."No momento, estamos trabalhando com um grande número de projetos em estágios avançados".

Única parada brasileira na Volvo Ocean Race, Itajaí não sofrerá alterações no cronograma. Os catarinenses irão receber os barcos vindos de Auckland, na Nova Zelândia, após o duro caminho pelo Oceano Antárctico e o Cabo Horn.

O novo percurso da prova será o seguinte: os times partem de Alicante, na Espanha, em outubro de 2014, com destino à Cidade do Cabo, na África do Sul, num percurso de 6.500 milhas náuticas. A partir daí, a flotilha segue para Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos, antes de ir para Sanya, na China, e Auckland, na Nova Zelândia. Da Oceania, as equipes rondam o Cabo Horn antes de parar em Itajaí, no Brasil, e ir para Newport , Rhode Island, na costa leste dos Estados Unidos. Da América para Europa pelo Atlântico, o caminho será até Lisboa, em Portugal, antes de ir para Lorient, na França e, em seguida, para a grande decisão em Gotemburgo, na Suécia. A nova distância total será de 39.379 milhas náuticas.