Bombeiros procuram idoso que caiu de veleiro há cinco dias na Lagoa dos Patos

Mauro Cícero D'Ávila Santos, 63 anos, pretendia ir de barco até o Uruguai e retornar em 10 dias

 
Bombeiros procuram idoso que caiu de veleiro há cinco dias na Lagoa dos Patos Arquivo Pessoal/Arquivo Pessoal
Mauro tem como uma de suas paixões o veleiro "Galo Cinza" Foto: Arquivo Pessoal / Arquivo Pessoal
 
Roberto Azambuja -  zerohora.com.br

Bombeiros de Porto Alegre, Camaquã e Tapes tentam, desde a última quinta-feira, encontrar o aposentado Mauro Cícero D'Ávila, 63 anos, que desapareceu enquanto velejava na Lagoa dos Patos, em Tapes. Na manhã desta terça-feira, integrantes do Grupamento de Busca e Salvamento (GBS) do Corpo de Bombeiros saíram da Capital mais uma vez em direção ao sul do Estado em busca do velejador.

Morador do bairro Menino Deus, em Porto Alegre, D'Ávila é acostumado à vida além da terra firme. Membro do Clube Náutico de Tapes, planejava desbravar as águas uruguaias em uma aventura de 10 dias a bordo do veleiro "Galo Cinza". Planejou sair na quinta-feira, dia 5, na companhia de um amigo.

— Ele tinha esse sonho de ser o comandante do veleiro, pela primeira vez, sozinho. Estava impossível comprando coisas para a viagem, comida, fazendo planos. Ninguém conseguia parar a ansiedade dele — lembra a filha Luciana D'Ávila Peretti, de 32 anos.

Na noite de quarta-feira, após jantar com a mulher, decidiu, às 23h, rumar para Tapes. Uma hora e 30 minutos depois, ligou para avisar que havia chegado. De lá para cá, não houve mais comunicação entre os parceiros de mais de 30 anos.

Conforme o amigo que acompanharia D'Ávila no passeio pelo litoral uruguaio, na manhã de quinta-feira ele ouviu apenas um grito de socorro, quando já estavam distantes 2,5 quilômetros distantes da costa, na localidade de Capão da Moça. O outro homem, também idoso, avistou o companheiro cair do veleiro onde estavam e pedir ajuda. Tentou atirar uma boia para resgatá-lo, mas depois perdeu-o de vista.

Segundo Luciana, o pai sabe nadar. As buscas prosseguem diariamente com o auxílio do Corpo de Bombeiros de Camaquã e dos Bombeiros Voluntários de Tapes. Membros do clube, pescadores e fazendeiros também dão suporte, mas o paradeiro de Santos ainda é desconhecido.

Enquanto isso, "o pesadelo" e a "agonia" da família aumentam a cada dia, relata Luciana. Dividida entre a atenção aos dois filhos pequenos — um menino de quatro anos e uma menina de dois meses —, ela ainda tem esperança de encontrar o pai vivo.

— Enquanto o corpo não aparecer, temos esperança. Temos que ter fé. Meu pai é uma pessoa que ajuda todo mundo, está sempre feliz, de bem com a vida. Todos querem ele muito bem.

A advogada, no entanto, demonstra outra preocupação:

— Minha mãe não quer arredar o pé. Fica lá na frente da lagoa (dos Patos), sentada, esperando.