Nova geração da vela brasileira mira Jogos de 2016
Equipe nacional volta do Mundial da Juventude com medalha e muitos sonhos na bagagem; Olimpíada é alvo da maioria
Por Flavio Perez - ZDL (SP)
São Paulo (SP) - O sonho da maioria dos 12 velejadores que recentemente correram o Mundial da Juventude da Croácia é disputar a Olimpíada de 2016, no Rio de Janeiro. Os atuais campeões da classe SL16, Martin Lowy e Kim Vidal, por exemplo, colocam os Jogos como prioridade principal, mas o caminho até lá exige dedicação.
A CBVM - Confederação Brasileira de Vela e Motor - estimula parcerias com clubes e Federações Estaduais para desenvolver trabalhos e atividades focadas de acordo com a necessidade e peculiaridade de cada região do País.
O trabalho é formar atletas a longo prazo, com atuação direta nos clubes. Kim Vidal é uma prova disso. O velejador do Yacht Clube da Bahia foi formado nas escolhinhas de vela e acaba de levar o título em Zadar ao lado de Martin Lowy. Foi o primeiro da vela baiana.
"O trabalho de base na Bahia foi fundamental para a minha conquista e do Martin Lowy. A formação de novos atletas é importante para o Brasil seguir a trilha do sucesso. Ainda é muito cedo pensar em olimpíada, mas a dupla treinará forte até 2016, principalmente porque os catamarãs vão entrar no calendário", revelou Kim Vidal, que saiu do Optimist em janeiro antes de completar 15 anos.
Representante da classe Laser, uma das mais concorridas do País, João Pedro de Oliveira sabe que a disputa será acirrada até lá. "Faz parte do objetivo da minha carreira chegar em 2016 na classe Laser. É um caminho muito cumprido até lá, já que outros garotos da minha idade também têm essa meta. O Iate Clube do Rio de Janeiro oferece apoio, mas a ajuda dos meus pais é fundamental", contou João Pedro de Oliveira, 4º colocado no Mundial da Juventude.
Parceria com clubes náuticos- A CBVM não abre mão de investir anualmente na realização da Copa da Juventude e no envio de uma equipe para os Campeonatos Mundiais da Juventude e da classe Optimist.
"O objetivo é oferecer aos jovens experiências competitivas lá fora e desenvolver habilidades pertinentes a cada fase da carreira. Todo esse trabalho é alinhado com a projeto do Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro . O evento dá ânimo aos jovens atletas que tem procurado meios e formas de preparação", contou Jônatas Gonçalves, técnico da CBVM no Mundial da Croácia.
Resultados em Zadar: Todos os velejadores que disputaram o Mundial da Juventude em Zadar, na Croácia, ficaram entre os 20 primeiros. Pela soma dos resultados, o Brasil terminou na décima colocação na classificação geral.
SL 16 - Martin Lowy e Kim Vidal - 1º lugar
Laser (M)- João Pedro Oliveira - 4º lugar
Laser (F) - Maria C. Boabaid - 13º lugar
420 (M) - Ricardo Paranhos e Patrick Essle - 13º Lugar
RS:X (F) - Lélia Winckler Monti - 14º lugar
29er - Rodrigo Fasolo e Andrei Kneipp - 17º lugar
420 (F) - Viviam Alencastro e Marcela Moura - 20º lugar
RS:X (M) - Felipe Béltran Alencar - 20º lugar
"A Equipe Brasileira de Vela do Mundial da Juventude é um time de renovação. Muitos ainda podem disputar o evento nos próximos dois anos. Todos demonstraram muito talento e possuem bastante experiência na classe Optimist, a categoria introdutória da modalidade", reforçou o técnico da CBVM, Jônatas Gonçalves.
Exemplos de sucesso - A vela brasileira coleciona 12 medalhas em toda história do Mundial da Juventude. E todos que conquistaram o lugar mais alto do pódio em edições passadas, hoje brilham no cenário mundial, que exige profissionalismo e disciplina. Exemplos para a garotada que tenta repetir os feitos.
Robert Scheidt, antes de ser bi-olímpico, se tornou o primeiro campeão do Mundial da Juventude. Depois do ouro em 1991 (Largs, Escócia), o velejador colecionou títulos na Laser e hoje é um dos melhores do mundo, segundo a ISAF.
Martine Grael, ouro em 2009 (Búzios, Brasil) ao lado de Kahena Kunze, tenta vaga olímpica na classe 470. Filha de Torben Grael, a velejadora é apontada pela crítica especializada como estrela da vela nacional.
Mas, o maior campeão brasileiro do Mundial da Juventude é Ricardo Winicki, o Bimba. Com duas de ouro (1997 e 1998), o velejador da RS:X sente orgulho de ter feito uma boa base.
"As experiências em mundiais de menores me ajudaram a alcançar o nível que tenho hoje na classe. Penso que o campeão júnior de hoje será o campeão adulto do futuro. Mas é preciso ter ambição e investimento", falou Ricardo Winicki, o Bimba, que se prepara para o evento-teste da olimpíada de 2012, na raia de Weymouth, na Inglaterra.
"Meus principais objetivos do ano são o tri do Pan, em Guadalajara e o Mundial em Perth, em dezembro", finalizou.
Mais informações no site www.cbvm.org.br