Primeira lancha híbrida brasileira já está navegando, movida a diesel e eletricidade
Fonte: Revista Náutica Online
A Sterling Yachts, representante da austríaca Steyr Motors, fabricante de propulsores marítimos, traz para o Brasil um tipo de motor de funcionamento híbrido (diesel-elétrico) na lancha de passeio Sterling Legend 28 Hybrid, modelo que a equipe da Grupo 1 Editora testou na Represa de Guarapiranga, em São Paulo.
Já exposta no São Paulo Boat Show em 2011, a novidade nesta lancha é definitivamente seu mecanismo híbrido. Quais são as vantagens? Em primeiro, a segurança, pois, caso ocorra algum problema durante a navegação com o motor principal, que é a diesel e tem 280 cavalos de potência, pode-se acionar o motor auxiliar elétrico de 15 hp, considerando que se esteja afastado, no máximo, a 10 milhas do destino, já que a autonomia do modelo é de 2h30.
Outro ponto positivo do motor diesel-elétrico da Steyr diz respeito ao banco de baterias especial, que, além de alimentar o motor elétrico, também pode fornecer energia para equipamentos de bordo, incluindo um pequeno condicionador de ar. Este banco de energia suplementar pesa 200 quilos e é composto por quatro baterias de 200 Ah cada, ligadas em série para gerar 48 volts.
O modelo híbrido custa 9 % a mais que a mesma lancha com motor diesel e 63% a mais em relação ao modelo mais simples do estaleiro, que custa cerca de R$ 230 mil e tem motor V8 de 260 HP a gasolina. Porém, a relação custo-benefício é interessante, já que a híbrida sai 6% mais em conta, se comparada a uma lancha que tenha dois motores a diesel de 220 HP cada e um gerador.
Instalada em de Jaguariúna, São Paulo, a Sterling Yachts segue a norma ABYC (American Boat & Yacht Council) e utiliza material certificado na laminação da lancha Sterling Legend 28 (híbrida, a diesel e a gasolina) e na fabricação dos trawlers em fibra de vidro. Para mais informações, acesse o site do estaleiro.
Confira a opinião que o diretor técnico da Grupo 1 Editora, Marcio Dottori, deu sobre a SL 28 Hybrid logo após o teste:
“Largamos do cais usando o motor elétrico, cujo único barulho foi um silvo agudo, indicando que o sistema auxiliar estava operando. Nada do ruído e da vibração típica de motores a explosão. Gostamos da força do motor elétrico de 15 hp: com o manete do acelerador todo adiante, chegamos quase que imediatamente a 5,2 nós usando somente a energia das baterias. Porém, verificamos que, neste regime, a autonomia ficaria limitada em uma hora. Reduzindo ligeiramente a velocidade para 4,2 nós, constatamos que poderíamos navegar duas horas e meia, o correspondente a 10 milhas.
Depois de usarmos bem o motor elétrico, inclusive nas atracações, ligamos o motor a diesel, para explorar todos os cavalos da SL 28. Mas o gostoso mesmo foi navegar e manobrar usando somente o motor elétrico. Verdade que a performance do motor a diesel de seis cilindros da Styer impressiona também, mas a ausência do barulho, quando não se tem pressa, é muito agradável. Depois de algumas horas a bordo, aprovamos os dois modos de navegação, com a tranqüilidade de saber que poderíamos contar com um ou outro motor para voltar para à marina.”