Volvo Ocean Race: Com recorde de público, Itajaí promete festa ainda maior na Regata do Porto
Chegada dos barcos lotou a Vila da Regata e colocou a parada brasileira no topo da lista de visitantes da Regata de Volta ao Mundo
Por ZDL Comunicação
Itajaí (SC) - A Parada de Itajaí da Volvo Ocean Race comemora sucesso de público nos primeiros dias de abertura da Vila da Regata. Só na sexta-feira (6), quando os barcos Puma e Telefónica chegaram da Nova Zelândia após 20 dias de velejada, mais de 35 mil pessoas foram recepcionar as equipes na área do Centreventos, e não estão computados quem assistiu a passagem das embarcações nos moles, que serviram de arquibancada. Segundo a organização do evento, foi a segunda maior marca de pessoas aguardando as embarcações em toda a história. A melhor foi no mês passado, em Auckland, a chamada Cidade das Velas, com 47 mil.
"Foi incrível a recepção de todos em Itajaí. A festa foi muito bonita e mostrou a paixão do brasileiro pelo mundo náutico", afirma Knut Frostad, CEO da Volvo Ocean Race. A previsão é que, durante os três dias do feriado de Páscoa, o local receba mais de 80 mil pessoas. Por isso, o Comitê Organizador promete fazer um trabalho ainda eficaz para receber os fãs da vela mundial, que podem conferir os maiores atletas do mundo de perto e curtir, até o dia 22, uma série de atrações pela frente, como shows de Paralamas do Sucesso e Jorge Aragão até ações sustentáveis.
"Isso comprova que a comunidade de Itajaí aprovou a realização desse evento e mostrou a capacidade organização. Embora não estejamos no eixo Rio-São Paulo e fora da Copa do Mundo, é notório que podemos e sabemos realizar eventos internacionais. O público deve aumentar consideravelmente com os shows nacionais marcados para a próxima semana e também com a Regata do Porto", explica Amílcar Gazaniga, presidente do Comitê.
A festa ainda repercute entre a população, que sentiu pela primeira vez a emoção de sediar uma etapa da Regata de Volta ao Mundo. Os integrantes do staff da Volvo Ocean Race confirmaram que nunca tinham visto tamanha recepção. ‘This is crazy´ -- Isso é uma loucura -- repetiam os organizadores internacionais. Os velejadores se emocionaram ainda mais, principalmente porque passaram pelas piores condições de navegação na quinta perna.
"Queremos retribuir esse carinho com uma vitória na Regata do Porto, marcada para 21 de abril. Em nenhuma das paradas da Volvo Ocean Race realizadas até agora, o povo fez tanta festa. As instalações estão perfeitas, o que nos enche de orgulho por sermos brasileiros", conta o brasileiro Joca Signorini, que estava a bordo do Telefónica. "Realmente foi uma das etapas mais duras em que já estive, nas três edições que competi. A passagem pelo Cabo Horn foi muito difícil. A vida no barco é espartana, sem nenhum conforto. É uma rotina totalmente diferente do habitual, mas fomos recompensados com essa recepção inesquecível".
Vida repleta - A Volvo Ocean Race está mexendo com a rotina de Itajaí. Nesse feriado de Páscoa, várias pessoas estão visitando a Race Village, e algumas famílias chegaram a se deslocar de outras regiões. A família de Eduardo Marques mora em Itajaí e está bastante satisfeita com o que viu no espaço ao lado do Centreventos. "A estrutura vai ficar e vai beneficiar a cidade. Estou achando o evento maravilhoso, tanto para o povo quanto para o município", diz Eduardo.
Marcos Cabral veio de Florianópolis com a família para prestigiar o evento de ‘status mundial’: "Itajaí ganhou visibilidade e isso é muito bom! O espaço físico ficou maravilhoso e a cidade vai poder mostrar a cultura de Santa Catarina para o mundo".
A Rainha e Princesas da Marejada, Bruna Piski, Amanda Gastaldi e Tayse Brito são unânimes em declarar que os itajaienses merecem o sucesso desse evento depois de tanta luta. "Foram dois anos nos preparando para esse momento, enfrentamos as enchentes e muita dificuldade", comenta Amanda. Quanto aos estrangeiros que fazem parte da regata, a Rainha Bruna afirma: "Esperamos que sintam saudades daqui quando forem embora. É uma grande vitória, esse espaço vai ficar e vamos fazer da próxima festa Marejada, a maior de todos os tempos".
Programação - 8/4 (domingo)
12h às 22 h - Funcionamento da Vila da Regata
14h às 22h - Náutica Show
16h - Grupo Crianças Associação de Violão de Itajaí
16h30 - Dani Zulu - Show Infantil
19h - Boi de Mamão
20h - Show Palco Vila - Carlos Cória
Dia livre - Depois da aventura, Puma e Telefónica recuperam as energias e passam até por check ups médicos. Enquanto isso, as equipes de terra assumem as embarcações para reparar ou trocar equipamentos danificados. Já os brasileiros não tiveram esse Day off. Joca Signorini e Horácio Carabelli participaram neste sábado (7) de uma coletiva de imprensa promovida pela Volvo Ocean Race e pelo time Telefónica. A dupla explicou como os espanhóis conseguiram tirar uma diferença de quase 600 quilômetros para o Puma e quase ultrapassar os vencedores da quinta perna. O Telefónica ficou 17 horas parado no Cabo Horn para arrumar o casco e voltou a tempo de somar 25 pontos.
"A gente já sabia que, apesar da distância, por conta da previsão meteorológica teríamos uma chance de alcançá-los. Os barcos são sensíveis e velozes e aproveitamos o sistema que estava se formando para ir mais rápido, sempre acreditando na vitória. A equipe da Puma fez um trabalho muito bom e mereceu a vitória", explica Horácio Carabelli.
Velas ao mar - Depois de reparos, Groupama e Camper voltaram a correr e estão no caminho de Itajaí. O primeiro perdeu o mastro no Uruguai quando liderava a perna e vem ao Brasil com o acessório improvisado. Restam mais de 1.100 quilômetros de travessia e os franceses devem aparecer no litoral catarinense na segunda-feira (9). O time está com apenas sete a bordo, já que o navegador Jean Luc Nélias e outros três integrantes voltaram de avião.
O segundo a enfrentar problemas estruturais no casco, deixando o Chile neste sábado, foi o Camper. O veleiro de bandeira espanhola e neozelandesa tem uma aventura pela frente, já que nem mesmo cruzaram o Cabo Horn. A previsão é que chegue no próximo fim de semana. O Abu Dhabi e o Sanya desistiram da etapa, mas os árabes estão na direção do Brasil em um cargueiro.