VOR traça estratégia para aumentar velocidade e segurança dos barcos
Fonte: ZDL
O nível de exigência e segurança das equipes que disputam a Volvo Ocean Race aumenta a cada edição. Com veleiros mais rápidos e tripulações experientes, a corrida se torna extremamente equilibrada e os resultados são praticamente iguais. Prova disso é que a Fórmula 1 dos mares tem cinco dos seis times com chance de conquistar o título da temporada 2011/2012. A comparação com a principal categoria do automobilismo vai também na linha do desenvolvimento de materiais, que visam mais performance e leveza.
Porém, um detalhe ganha mais atenção nesta Volta ao Mundo: a segurança. As seguidas quebras dos barcos nas travessias entram na pauta de Itajaí. A cidade-sede, quinta parada da corrida, tem uma importância estratégica, servindo de estaleiro para solucionar os problemas decorrente da passagem pelos Cabo Horn e mares gelados e furiosos do sul. O Camper, que parou por seis dias para fazer reparos, deve aparecer na Vila apenas na segunda-feira (16) e o Abu Dhabi está a caminho 'a bordo' de um cargueiro depois de sofrer uma avaria. Quem já chegou, como Puma, Telefónica e Groupama, tem muito trabalho a fazer.
"Soubemos poupar o material nessa travessia tão difícil pelos mares do sul. O nosso segredo foi diminuir a velocidade do barco nas condições certas. O barco é muito bem construído. Nos atualizações era possível constatar que, quando o tempo estava ruim, nós reduzimos a velocidade. Os barcos quebram quando são forçados, quando estão além de sua capacidade", conta Tim Hacket, chefe da equipe de terra do Puma, único veleiro que não apresentou problemas na quinta perna entre Auckland e Itajaí.
Os envolvidos com a competição trocam ideias para achar uma solução para o fato. Desde o início da regata, três veleiros já perderam o mastro. Além disso, todos tiveram alguma avaria no casco ou nas outras velas.
"São barcos que dão a volta ao mundo, mas são frágeis. É preciso optar por velocidade ou segurança para manter a integridade do veleiro. As tripulações são experientes e sabem até onde aguentam. Todos vão puxar 100% da embarcação e isso pode explicar essas quebras, somando também as condições adversas do tempo", explica Horácio Carabelli, diretor técnico do Telefónica.
Mudanças climáticas - Segundo o diretor náutico da Parada de Itajaí, Ricardo Navarro, a Volvo Ocean Race faz uma reavaliação permanente para corrigir as falhas. Na área de meteorologia, por exemplo, há uma base que monitora cada mudança de tempo. "O clima no mundo está em constante transformação e os projetistas sabem disso".
O limite não foi alcançado pela Volvo Ocean Race. Hoje, os veleiros estão próximos de ultrapassar 60 quilômetros por hora e sobrevivem a vento contra e ondas batendo. Os barcos são construídos de fibra de carbono, que proporciona leveza e resistência. A mesma tecnologia é usada na aviação civil.
"A regata é de ponta na área tecnológica e, para competir e brigar pelas vitórias, é preciso buscar no mercado o que tem de mais moderno. Por ser uma volta ao mundo, as equipes enfrentam condições adversas da natureza e a mudança climática vem contribuindo para o aumento dos problemas. Toda vez que está na vanguarda, falhas e ajustes ocorrem e são monitorados diariamente", constata Ricardo Navarro, diretor náutico da Parada de Itajaí.
O Sanya nem virá a Itajaí. O veleiro chinês sofreu problemas graves na quinta perna e vai direto de navio até Miami, próxima parada. No início da regata, em novembro, Abu Dhabi, Puma e os chineses não conseguiram chegar na África do Sul pontuando, pois pararam no meio do caminho. Na perna seguinte, mais problemas para o Sanya.