Equipe brasileira de Vela já treina na raia de Weymouth para o Skandia Sail For Gold
Fonte: ZDL
A menos de dois meses das Olimpíadas de Londres, a Equipe Brasileira de Vela terá a chance de testar a raia olímpica, na cidade de Weymouth, onde serão disputadas as regatas valendo medalhas. A Skandia Sail For Gold, etapa inglesa da Copa do Mundo de Vela, começa nesta segunda (4), com a presença de todos os atletas classificados para os Jogos. O time nacional terá nove velejadores, liderados pelos tricampeões mundiais de Star, Robert Scheidt e Bruno Prada. Os outros representantes são Fernanda Oliveira e Ana Barbachan (470), Jorge Zarif (Finn), Bruno Fontes (Laser), Adriana Kostiw (Laser Radial) e Patrícia Freitas e Ricardo Winicki (RS:X).
O grupo chegou com antecedência à cidade inglesa, visando uma melhor preparação. Os treinos em Weymouth, segundo os velejadores, são fundamentais na reta final de campanha. "O Skandia é a última competição que participaremos antes dos Jogos. Estivemos em Weymouth em agosto do ano passado, no evento-teste, e vamos procurar aproveitar ao máximo para concluir informações sobre nossos equipamentos. Testaremos mais velas, mesmo sabendo que as condições de vento em junho são diferentes de agosto, período dos Jogos", diz Fernanda Oliveira, que veleja ao lado da proeira Ana Barbachan na classe 470.
A preocupação do mais jovem da delegação, Jorge Zarif, também é buscar os melhores equipamentos disponíveis para a disputa olímpica. "Para a Skandia, meu objetivo é definir o material que será utilizado nos Jogos. Testei algumas variações nesses eventos na Europa, inclusive o Mundial, e acredito que está tudo encaminhado", explica o velejador de 19 anos.
Em duas classes em especial, RS:X (masculino e feminino) e Laser (Standart e Radial), a escolha dos equipamentos não é fundamental, mas os testes com eles sim. Nos Jogos Olímpicos, a organização sorteia barcos e velas iguais entre os velejadores, para evitar favorecimentos. "Acho que será um evento onde todos os atletas que estarão nos Jogos irão participar. Pretendo competir com algum material mais novo ou que nunca foi usado, para simular o sorteio de material, como será nas olimpíadas. O objetivo é estar na Medal Race", explica Ricardo Winicki, campeão mundial da RS:X em 2007.
Representante da RS:X feminina,Patrícia Freitas quer repetir o bom desempenho de eventos anteriores e se aproximar das 10 primeiras. "Todas que irão correr a Olimpíada estarão correndo a Sail for Gold, sem contar outras atletas de alto nível que não conseguiram a vaga do país. Então, meu objetivo é entrar na Medal Race", relata.
"Como o foco é Londres, o meu objetivo é colher o máximo de informações das raias, treinar as largadas e pegar ritmo de regatas. Não estou muito preocupado com o resultado agora, mas é lógico que sempre competimos para ganhar", lembra Bruno Fontes da Laser. Na versão feminina, a representante na raia inglesa será Adriana Kostiw, que treinou em Porto Alegre por um mês visando a reta final de campanha olímpica.
Os brasileiros recentemente disputaram os mundiais das categorias e chegam confiantes em Weymouth. A lista olímpica brasileira tem três medalhistas dos Jogos de Pequim/2008, três campeões mundiais, cinco representantes em três classes entre os 10 melhores do ranking da Isaf (Federação Internacional de Vela). Somados, os velejadores verde-amarelos têm experiência de 14 Jogos Olímpicos.
O time é formado pelos tricampeões mundiais e atuais vice-campeões olímpicos Robert Scheidt e Bruno Prada, na classe Star, pela medalhista de bronze em Pequim-2008 Fernanda Oliveira, que velejará com a estreante Ana Barbachan, na classe 470 feminina, pelo campeão mundial de 2007 Ricardo Winicki, o Bimba, na classe RS:X, e pelo vice-líder do ranking mundial da classe Laser, Bruno Fontes, além de Patrícia Freitas (RS:X feminina), Jorginho Zarif (Finn) e Adriana Kostiw (Laser Radial).
Essa equipe multicampeã, que tentará ampliar as 16 medalhas olímpicas que a modalidade já deu ao Brasil, estará completa a partir do dia 4 de junho, na Inglaterra.
A vela nas Olimpíadas - Como é comum nas Olimpíadas, a competição de vela não será na cidade-sede dos Jogos de Londres. As regatas estão marcadas para a cidade de Weymouth, na costa sul da Inglaterra. O local é a sede da Academia Nacional de Vela, o principal centro da modalidade no País.
A disputa começa no dia 29 de julho e termina apenas no dia 11 de agosto, com a final do Match Race feminino. As medal races para as demais classes serão realizadas entre os dias 5 e 9 de agosto.
Equipe Brasileira de Vela:
Classe 470 feminino
Fernanda Oliveira (19/12/1980) e Ana Barbachan(15/08/1989)
Velejadora gaúcha, Fernanda vai disputar sua quarta edição das Olimpíadas. Em Pequim/2008, ao lado de Isabel Swan, ela conquistou o bronze, a primeira medalha da vela feminina brasileira em Jogos Olímpicos. Em Londres/20012, ela velejará com nova parceira, a também gaúcha Ana Barbachan. As duas estão em décimo lugar no ranking mundial da classe 470 feminina, melhor colocação da carreira da dupla.
Finn
Jorginho Zarif (30/09/1992)
Aos 19 anos, Jorginho é o mais jovem atleta da vela brasileira em Londres. Vindo de uma família de velejadores, ele ficou próximo da vaga olímpica em Pequim/2008, mas acabou em segundo lugar na seletiva nacional. Mais experiente, em 2012 ele não deu chances aos rivais. Campeão mundial júnior em 2009, é apontado como grande revelação da vela brasileira e já foi elogiado pelo tricampeão olímpico inglês Ben Ainslie.
Laser
Bruno Fontes (25/09/1979)
O catarinense é o atual vice-líder do ranking mundial da classe Laser, após atuações regulares desde o ano passado. Os Jogos de Londres serão sua segunda experiência olímpica, após a estreia em Pequim/2008 em 27º lugar. Em 2012, seu melhor resultado foi o vice-campeonato na Semana Olímpica de Miami, nos EUA, etapa dos EUA da Copa do Mundo de vela da Isaf.
Laser Radial
Adriana Kostiw (16/03/1974)
Velejadora paulista, Adriana vai disputar em Londres sua segunda Olimpíada. A estreia foi em 2004, ao lado de Fernanda Oliveira na classe 470 - as duas terminaram em 17º lugar. Desde então, ela mudou para a classe Laser Radial. Conquistou a vaga para o Brasil no Mundial de Perth, em dezembro, e confirmou a vaga na seletiva brasileira, em Búzios, em fevereiro.
RS:X feminina
Patricia Freitas(10/03/1990)
A windsurfista carioca é uma das atletas em ascensão da equipe nacional. Disputou os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, quando ficou em 18º lugar, e, no ano passado, garantiu a vaga olímpica para o Brasil no Mundial de Perth. Em 2011, ficou entre as 15 primeiras em todas as etapas da Copa do Mundo que disputou, incluindo um sexto lugar em Miami, nos EUA, e um oitavo em Medemblik, na Holanda. Na Semana Pré-Olímpica de Weymouth, no ano passado, foi a 11ª.
RS:X masculina
Ricardo Winicki, o Bimba (08/05/1980)
Um dos maios experientes da equipe, Bimba vai disputar sua quarta Olimpíada. Ele foi campeão mundial em 2007 e chega aos Jogos de Londres após meses de preparação específica para as condições de Weymouth. Em abril, por exemplo, ele trouxe ao Brasil o português João Rodrigues para treinar em Búzios. Sua melhor participação olímpica aconteceu em 2004, quando ele foi o quarto colocado.
Star
Robert Scheidt (15/04/1973) e Bruno Prada (31/07/1971)
Maiores estrelas da equipe brasileira, Robert e Prada chegam em grande momento à reta final para os Jogos de Londres. Eles acabaram de conquistar o tricampeonato mundial da classe Star, inédito no Brasil, e vêm de 12 títulos nos últimos 13 eventos disputados desde maio de 2011. Esta será a quinta Olimpíada de Scheidt, que já conquistou quatro medalhas (dois ouros e duas pratas), e a segunda de Prada, que levou uma medalha (prata). Em Weymouth, os dois vão defender o vice-campeonato olímpico conquistado em Pequim/2008.
Preparação ideal para os Jogos - A preparação para Londres foi a melhor já feita para Jogos Olímpicos no País. Com o patrocínio do Bradesco, através da Lei de Incentivo ao Esporte, e a parceria com o COB (Comitê Olímpico Brasileiro), a Confederação Brasileira de Vela e Motor (CBVM) montou um calendário ideal para cada membro da equipe, aproveitou a área de Ciência do Esporte do COB para mapear as necessidades de cada atleta e montou uma equipe multidisciplinar para que nada faltasse para a equipe.
A Confederação Brasileira de Vela e Motor tem o patrocínio do Bradesco por meio da Lei de Incentivo ao Esporte do Governo Federal, e apoio do Comitê Olímpico Brasileiro (COB) e Travel Ace.