Conheça as classes que disputam a Copa Suzuki Jimny, em Ilhabela
Fonte: ZDL
Destaque no calendário da vela oceânica nacional, a Copa Suzuki Jimny se aproxima da sua terceira etapa em 2012. Os melhores velejadores do País disputam, nos dias 22, 23, 29 e 30 de setembro, a competição que reúne classes de design único, como HPE, C30 e M24.5, além da ORC, a principal regra de rating no mundo, e a RGS, a mais numerosa regra de rating nacional. Nestas últimas duas é preciso uma fórmula para apontar o vencedor. Em todas as categorias, há espaço para profissionais da modalidade, medalhistas olímpicos, competidores de final de semana, atletas menos experientes e iniciantes.
O Yacht Club de Ilhabela (YCI) será palco desse encontro e a previsão é que mais de 50 equipes participem das provas no litoral norte paulista. As duas primeiras etapas desse campeonato foram marcadas por regatas equilibradas em todas as classes e nenhuma tripulação tem uma vantagem ‘folgada’, ou seja, superior a 15 pontos .
A organização já disponibiliza para os velejadores o Aviso de Regata. As inscrições serão feitas no YCI nos dias 21 e 22 de setembro de 2012, na secretaria do evento, com valor de R$ 80,00 por tripulante (exceto mirim, que é isento).
Saiba um pouco mais das classes:
HPE: O nome da classe é High Performance Equipment. Os barcos de 25 pés e 1.250 quilos caíram no gosto dos principais velejadores do País, como Bruno Prada, Maurício Santa Cruz, Rique Wanderley, Manfred Kaufman e outros mais. Com design único, ou seja, quem chega na frente ganha, o HPE é um dos mais rápidos e competitivos do mercado. Um custo de produção razoavel (média de R$ 130 mil por unidade) garante uma padronização de alta qualidade. E a organização da classe favorece a competitividade e o crescimento do número de competidores.
"É muito interessante comandar um HPE pela facilidade e agilidade. É possível mesclar profissionais e amadores sem influenciar no resultado", revela o medalhista olímpico Bruno Prada. O limite de peso é de 360 quilos e, geralmente, quatro tripulantes são suficientes para as regatas. A Soto Acebal Naval Architects projetou o HPE e hoje são mais de 50 veleiros produzidos pelo estaleiro Zonda Boats, em Indaiatuba, no interior de São Paulo. A tendência é que novas unidades cheguem ao mercado até 2013. Na última edição da Rolex Ilhabela Sailing Week, em julho, havia 27 barcos na raia.
O campeonato tem três equipes praticamente empatadas após as duas etapas de 2012. SER Glass Eternity (Marcelo Bellotti) está em primeiro, com o mesmo número de pontos do Jimny/Take Ashauer (Marcos Ashauer). Logo atrás vem o SX 4/Bond Girl (Rique Wanderley). O atual campeão do circuito, o Ginga (Breno Chvaicer), segue em quarto.
M24.5: Desenvolvido pelos argentinos do estaleiro Astilleros del Sur e projetado por Pablo Mastracchio, o M24.5 é um one-design muito rápido que pode ser usado perfeitamente para navegação de cruzeiro. Há até banheiro e acomodações, mesmo com tamanho reduzido (7,20m).
O veleiro desloca 1.400 quilos e a área velica é de 28m², velejando com quatro tripulantes. A classe está em franco crescimento no Chile e na Argentina e em processo de introdução no Brasil. O barco corre como monotipo ou na ORC 700 no Brasil. Na Argentina e Chile, vem correndo com sucesso também na PHRF e na IRC.
C30: A classe, 100% brasileira, foi projetada por Horácio Carabelli, um dos maiores nomes da modalidade no País. Idealizada por um grupo de empresários de São Paulo, o Carabelli 30, como o nome já diz, tem 30 pés e é produzido no polo industrial de São José dos Campos (SP). O design é de alta performance, assim como no HPE, mas seu valor é bem maior: cerca de R$ 350 mil por unidade. Porém, a alta tecnologia empregada é um diferencial do C30: quilha de fibra e leme de carbono, bulbo em chumbo, peso máximo de 1.900 quilos, casco em fibra de vidro e vem com motor de centro e rabeta rebatível. A embarcação comporta sete tripulantes.
"A classe já pegou. Na última Rolex Ilhabela Sailing Week foram seis veleiros na raia e o projeto é de 2011. A tendência é que mais gente entre para a turma dos C30, pois o custo benefício e a alta performance falam mais alto", relata Marcelo Massa, do Loyal. Várias importantes tripulações no Brasil estão migrando para a classe. O veleiro Loyal, do tio do piloto de Fórmula 1 Felipe Massa, está em segundo lugar na tabela da Copa Suzuki Jimny, atrás do Barracuda/Matrix (Humberto Diniz).
ORC: A ORC ou Offshore Racing Council é uma regra internacional, reconhecida pela ISAF, com uma grande quantidade de participantes em todo do mundo. Este ano, no Mundial na Finlândia, mais de 150 barcos de dezenas de países mediram forças. O que chama atenção são os certificados e a fórmula sofisticada de medição, que leva em conta quase todos os parâmetros que afetam a velocidade. A ORC tem em São Paulo, entre os barcos maiores, representantes de peso como o Tomgape (Ernesto Breda) e Orson/Mapfre (Carlos Eduardo Souza e Silva), que brigam pelo título da Copa Suzuki Jimny. Na divisão abaixo de 30 pés, Sextante (Thomas Leomil Shaw) lidera, mas o Zeppa (Diego Zaragoza) e o Mashallah (Guillermo Henderson) estão bem na tabela.
RGS: Com regra simples, a RGS é sempre a maior da flotilha na maioria dos campeonatos de oceano no Brasil. São quatro subdivisões para garantir resultados ainda mais justos: A, B, C e Cruiser. É preciso uma fórmula para apontar o vencedor, ou seja, o coeficiente de cada barco é multiplicado pelo tempo de regata corrido. O TMF (fator de multiplicação de tempo) define os padrões dos barcos. A sua vantagem é, por um lado, a medição fácil, pois a regra, mais simples, utiliza poucos parâmetros e, por outro a facilidade de se calcular o resultado com uma simples multiplicação. Os veleiros da RGS-A são os maiores, acima de 34 pés. Os da B são os médios (de 29 a 34 pés) e os da C, os pequenos, têm no máximo 28 pés. Já os Cruiser são literalmente barcos de cruzeiro que correm regatas.
Na Copa Suzuki Jimny, o Fram (Felipe Aidar) lidera a subdivisão A. Na B, a melhor média é do Nomad (Márcio Dottori) e na C destaque para a briga entre Ariel (Luis Pimenta) e Rainha (Leonardo Pacheco). Já na BRA RGS Cruiser, após 11 regatas e dois descartes, o Hélios II - Hospital Sírio Libanês (Marcos Lobo) tem 100% de aproveitamento.
Aviso de Regata - O Regulamento da terceira etapa da Copa Suzuki Jimny está disponível no site do YCI: www.yci.com.br, assim como determinações e regras das classes. A estadia dos veleiros competidores é livre no YCI para os barcos de fora da cidade no período de 15 de setembro a 7 de outubro de 2012.
A última etapa será disputada entre 24 e 25 de novembro e 1 e 2 de dezembro. A tradicional Regata Volta a Ilhabela/Sir Peter Blake será uma das atrações. A Copa Suzuki Jimny teve duas etapas no primeiro semestre : a primeira, em março, e a segunda, o Warm Up, em junho.
Resultados acumulados da Copa Suzuki Jimny:
ORC - após 11 regatas e dois descartes
1º - Tomgape (Ernesto Breda) - 9 pontos perdidos
2º - Orson/Mapfre (Carlos Eduardo Souza e Silva) - 25 pp
3º - Tembó Guaçu (André Omati) - 28 pp
ORC 30 pés - após 9 regatas e dois descartes
1º - Sextante (Thomas Leomil Shaw) - 7 pp
2º - Zeppa (Diego Zaragoza) - 19 pp
3º - Mashallah (Guillermo Henderson) - 19 pp
HPE - após 16 regatas e dois descartes
1º - SER Glass Eternity (Marcelo Bellotti) - 57 pp
2º - Jimny/Take Ashauer (Marcos Ashauer) - 57 pp
3º - SX 4/Bond Girl (Rique Wanderley) - 58 pp
4º - Ginga (Breno Chvaicer) - 64 pp
5º - Repeteco (Fernando Haaland) - 82 pp
C30 - após 12 regatas
1º - Barracuda/Matrix (Humberto Diniz) - 20 pp
2º - Loyal (Marcelo Massa) - 24 pp
3º - +Realizado (José Apud) - 28 pp
RGS-A - após 11 regatas e dois descartes
1º - Fram (Felipe Aidar) - 14 pp
2º - BL3 (Clauberto Andrade) - 23 pp
3º - Inaê Transbrasa (Bayard Umbuzeiro) - 28 pp
RGS-B - após 11 regatas e dois descartes
1º - Nomad (Márcio Dottori) - 12 pp
2º - Asbar II (Sérgio Keplacz) - 23 pp
3º - Anequim (Paulo de Moura) - 26 pp
RGS-C - após 11 regatas e dois descartes
1º - Ariel (Luis Pimenta) - 13 pp
2º - Rainha (Leonardo Pacheco) - 14 pp
3º - Conquest (Marco Hidelgo) - 32 pp
RGS-Cruiser - após 11 regatas e dois descartes
1º - Hélios II - Hospital Sírio Libanês (Marcos Lobo) - 9 pp
2º - Cocoon (Marcelo Cagiano) - 21 pp
3º - Pirajá (Rubens Bueno) - 25 pp