"Esquenta" da America's Cup reúne 200 mil em San Francisco
Fonte: Antônio Alonso, Sobre as Águas
O Brasil também já teve números impressionantes assim, durante a passagem da Regata Volta ao Mundo no Rio de Janeiro, em 2006. Mas lá se vão seis anos e não há perspectiva de algo parecido acontecer por aqui. No meio de uma crise mundial, o Brasil perdeu a chance de se apresentar como uma parada que não pode mais ser ignorada (como é) nos circuitos mundiais de Vela. Talvez eu esteja em uma onda pessimista, mas as dúvidas sobre o futuro da classe S40 sem o paternalismo de Souza Ramos não poderiam vir num momento pior. Enquanto os europeus estão perdidos, e os americanos ainda se agarram ao antiquado Farr 40, a flotilha sul-americana tinha algo para fazer inveja ao resto do mundo. Não tem mais.
Esse evento de San Francisco é um "warm-up" da America's Cup de verdade. Por enquanto, os times ainda estão correndo em catamarãs de 45 pés. Quando chegar a hora da verdade, os barcos serão de 72 pés. Continuo achando bem sem graça a mudança para catamarãs, porque a disputa tática fica muito reduzida. No entanto, vale a pena olhar o que o australiano James Spithill fez com a lenda Dean Barker aos dois minutos de vídeo. Isso me lembrou bastante o lance mais polêmico do ano, entre os S40 de Samuca Albrecht e Souza Ramos, na última e decisiva regata da Semana de Ilhabela. Spithill jogou o adversário em cima da linha de largada antes da hora. Barker, para não queimar a largada, acabou parado atrás da linha. Em Ilhabela, Souza Ramos queimou a largada e acabaria desclassificado.