ARTIGO: Santos-Rio, a regata que não se viu (Antônio Alonso)
Fonte: Antonio Alonso, Blog Sobre as Águas
Hoje eu abro espaço para o co-skipper Tarcísio Mattos, do C30 Kaikias, indignado com o total silêncio ao redor da Regata Santos-Rio. Silêncio em que este blog se inclui, porque eu também não publiquei informação nenhuma sobre a regata. Qual a novidade? Talvez nenhuma. Cada vez é mais forte o discurso de que velejador brasileiro não gosta de regata longa, que ninguém mais tem tempo de fazer isso, colocam a culpa até no celular, já que ninguém mais consegue "sumir" de verdade e o trabalho alcança o velejador em qualquer lugar. Bom, é verdade que a turma Rio-SP não gosta de regatas longas. A Buenos Aires-Rio virou uma regata de argentinos. A Santos-Rio perde cada vez mais seu glamour. Só 12 largaram este ano. Aparentemente nem um fotógrafo esperou o primeiro colocado na chegada ao Rio.
Ok, a regata é chata. Normalmente, marcada pela falta de vento e por uma agonia na entrada da baía de Guanabara que já fez muita gente desistir da regata ali, depois de dias de navegação. Um C30 venceu a regata deste ano, a batalha poderia ter sido mais bonita, se houvessem outros Carabelli na água. Por isso, abro espaço para o Tarcísio puxar minha orelha aqui, e também puxo coletivamente a dele e a dos outros C30, que tinham tudo para ser os grandes protagonistas desta edição.
Desnecessário discorrer sobre a importância da regata Santos-Rio para a vela brasileira. Mas pelo que se viu este ano – ou não se viu – após 62 edições, ela navega em águas sombrias.
É de se lamentar a baixíssima participação – apenas 12 barcos largaram de Santos na sexta feira passada – e a falta de informações sobre o andamento ou sobre o final da regata. Nenhum dos pouquíssimos blogs especializados, nem as colunas de notícias dos clubes organizadores e nem a ABVO deu uma linha sequer a respeito da regata. O site do ICRJ se limita a apresentar os resultados.
É nada perante a sua tradição e muito pouco diante do que se tem lido sobre a vontade de reerguer vela de oceano brasileira.
De positivo, a vitória do Loyal na ORC Internacional. O C30 de Marcelo Massa, o menor barco na raia, venceu os oponentes de 40, 44 e 46 pés. No tempo real chegou atrás apenas do Kroma, um B&C46.
Os resultados podem ser vistos em http://www.icrj.com.br/vela/eventos/2012/santosrio.htm