Lancha ou Inflável? Revista Náutica compara as embarcações
Fonte: Revistá Náutica
De tempos em tempos, surge uma nova, digamos, "tendência náutica". Já foi assim, no passado, com as lanchinhas esportivas de madeira e, bem mais recentemente, com os jets de três lugares. Da mesma forma, até pouco tempo atrás, infláveis eram quase sinônimos de barcos de serviço ou botes de apoio. Hoje, porém, já não é mais bem assim. As embarcações com bananas flexíveis estão cada vez maiores, mais completas e menos parecidas com os primeiros infláveis dos anos 60. Alguns modelos já têm até banheiro, capota, targa, revestimento de madeira teca no convés e motor de centro-rabeta. Os flutuadores também evoluíram muito: já não são mais tão volumosos nem desajeitados como antes, e ganharam formatos bem mais hidrodinâmicos. Em resumo, os infláveis feitos para passeio estão cada vez mais parecidos com as lanchas para as quais originalmente deveriam servir de apoio.
E o melhor da história é que os infláveis estão mudando sem perder a praticidade (podem bater sem danificar, por exemplo) e a segurança (praticamente não afundam), que sempre foram seus pontos fortes. Da mesma forma, porém, seguem como pontos fracos sua aparência simplória e um conforto a bordo precário, apesar dos avanços também nestas áreas. Quando confrontado com uma lancha convencional com casco de fibra de vidro do mesmo tamanho, qualquer inflável sempre perderá em beleza e porte, até porque, ao contrário das lanchas um pouco acima dos 22 pés, todos os infláveis fabricados no Brasil (ainda) são abertos e sem cabine, o que impacta na sua apresentação, já que as lanchas têm cabine e os infláveis não, embora sejam rigorosamente iguais no tamanho. Por si só, isso já é diferenciador entre estes os dois tipos de barco, embora as lanchas menores também não tenham o benefício da cabine, o que anula esta vantagem. Mas, no entanto, permanece a questão estética: lanchas são mais, digamos, bonitas e elegantes, embora infláveis sejam mais práticos e seguros.
Contra Lancha A favor |
Aproveite e tire quatro dúvidas que quase todo mundo tem sobre infláveis
1-Inflável fura e esvazia?
Sim. Ao contrário das lanchas, as bananas não amassam nem deformam com choques, mas podem furar. Só que, mesmo vazias, o barco continua flutuando.
2- Inflável furado afunda?
Dificilmente. Cada banana de um inflável funciona como uma câmara independente, o que dá bastante segurança à embarcação. Quando uma das partes da banana eventualmente fura, as outras continuam sustentando o barco. E mesmo que todas as câmaras esvaziem ao mesmo tempo, o ar não sairá imediatamente, permitindo que o inflável retorne em segurança — ou que, pelo menos, permaneça flutuando. Em compensação, um inflável pode virar se ficar sobrecarregado e até capotar, se for pequeno demais e tiver motor muito pesado.
3- Quanto tempo duram as bananas?
A durabilidade de um inflável depende do uso e do cuidado com os tecidos das bananas. Um inflável emborrachado (com bananas de hypalon) costuma durar por volta de 15 anos. Já a durabilidade dos de PVC é menor: cerca de dez anos. Mas dá para fazê-los durar mais, evitando expor as bananas ao sol e tomando cuidado para que não caia combustível ou solventes sobre elas. E mais: antes de guardar o barco, lave as bananas com água doce. E antes de cobri-lo, certifique-se de que esteja totalmente seco.
4- Qual o melhor tecido?
Quando novos, tanto os de borracha quanto os de PVC são iguais. Mas, quando o tecido começa a envelhecer, o óleo plastificante usado para amolecer artificialmente o PVC começa a evaporar e a migrar para a superfície, tornando-o cada vez mais oleoso. Isso causa uma deterioração do tecido, que se torna mais frágil e vulnerável à umidade, ao calor e aos choques. E, às vezes, o PVC ainda pode escurecer e perder flexibilidade. A dica para diminuir esse efeito é evitar os inimigos deste material: areia, solvente e combustíveis. Além disso, os de borracha demoram mais tempo para esvaziar naturalmente, enquanto os de PVC são mais porosos. Mas os de PVC possuem uma grande vantagem: custam menos da metade do preço.